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EXORTAÇÕES PAULINAS

 
Romanos
Rm 12, 2 – “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável, perfeito”.
Paulo exorta os irmãos a viverem a fé a partir da ação concreta. Não conformar-se com o mundo, mas transformá-lo em vista da vontade de Deus. Paulo apresenta a construção de um novo mundo possível, pautado pelo Evangelho e pelas atitudes de bondade, de amor e de perfeição que são as atitudes esperadas daqueles que seguem a Jesus Cristo. Paulo pede, nesse sentido, que não transforme apenas o mundo, mas a si próprio. A meta da mudança é chegar ao mundo, ao outro, o seu ser-para...
Rm 12, 14 – “Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis”.
Paulo exorta à comunidade dos cristãos na sua vida interna. Quer evitara a lei do “olhos por olho dente por dente”, responder à provocação de maneira construtiva sem gerar problemas com o irmão. É o pedido de não assumir a lógica da violência, mas procurar a paz. Viver em paz com todos. A condenação, o juízo, isso pertence a Deus e não aos homens. É preciso, contrariamente, assumir a atitude de complacência, de bondade.
Rm 12, 15 – “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram”.
O apóstolo Paulo retoma as relações recíprocas dos fieis na comunidade. Com os extremos de alegrar-se e chorar está em questão a partilha, as realidades da comunidade que devem ser colocadas e vividas em comum. Paulo quer preservar a comunidade de rachaduras, divisões brigas. Mantém a unidade.
Rm 14, 19 – “Procuremos, portanto, o que favorece a paz e a mútua edificação”.
Esta exortação quer mostrar que a pessoa não é uma ilha. Vive em comunidade. Com sua ação entra em relação com o outro e influi sobre ele. Portanto, cabe à comunidade buscar o que edifica a todos, apresentando-se como unidos na mesma fé e na mesma prática da vida, da caridade e da paz. A comunidade é o corpo de Cristo e todos os membros devem estar bem, ou seja, harmonizados na mesma esperança e amor.
Rm 15, 7 – “Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como também Cristo vos acolheu, para a glória de Deus”.
Paulo afirma, nessa exortação, que somente acolhendo-se uns aos outros, aceitando-se reciprocamente como irmãos, fracos e fortes poderão estar unidos na ação de graças ao Pai. O evento da morte e ressurreição de Jesus funda a solidariedade fraterna no interior da comunidade dos seguidores de Jesus. A atitude dos cristãos deve ser a mesma de Deus: acolher a todos, aceitar igualmente uns e outros.
 
Gálatas


Gl 5, 13b – “[...] que a liberdade não vos sirva de pretexto para a carne, mas pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros”.
O anúncio de Paulo é anúncio de uma novidade transformadora do ser e do agir humano. Liberdade cristã e responsabilidade estão estreitamente ligadas e nada pode separá-las. O apóstolo une, então. Liberdade e amor-serviço. O fiel libertado por Cristo é livre para amar. Saindo de si mesmo, abre-se aos outros para construir relações de mútuo acolhimento e serviço recíprocos. A liberdade é para o serviço, para o amor. A comunidade recebe um novo dinamismo operativo que faz abrir-se a si mesma e viver segundo o impulso do Espírito.
Gl 5, 15b – “[...] não aconteça que vos elimineis uns aos outros”.
O discurso paulino está baseado na liberdade. No entanto, essa não pode ser entendida como libertinagem, fazer tudo conforme a “carne”, mas seguindo o impulso do Espírito. Por isso, Paulo adverte que não aconteça que os desejos egocêntricos e individualistas tomem conta da comunidade. É, mais uma vez, entregar-se ao dinamismo do Espírito para viver em paz uns com os outros.
Gl 5, 26 – “Não sejamos cobiçosos de vanglória, provocando-vos uns aos outros e invejando-vos uns aos outros”.
Interessante perceber que nesse texto estão em jogo a antítese Espírito-carne quase que lutando para conquistar espaço na comunidade, no coração e na ação do homem. Por isso, Paulo adverte a que não se deixe dominar pela força egocêntrica da carne. Paulo quer conscientizar a comunidade que o fiel que recebeu o Espírito Santo não está isento das tentações da carne. Mas elas podem ser combatidas e vencidas. Paulo denuncia toda a busca da glória, como fonte de oposições e divisões. A ambição desenfreada e orgulhosa, no âmbito eclesial, torna impossível a comunicação entre os fieis. Impõe-se então a exigência da correção fraterna, com mansidão.
Gl 6, 2 – “Carregai o peso uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo”.
Nesse contexto, pode-se dizer que “peso” refere-se a pecados. Subentende-se que a Igreja é uma comunidade de pecadores porque, embora ungidos pelo Espírito, os impulsos contrários fazem-se presentes. Então o princípio da comunhão e da participação não devem faltar. Ninguém deve ser deixado sozinho no seu pecado. A solidariedade dos irmãos deve ser sentida e vivida por todos na comunidade. caráter mútuo: nenhuma divisão entre bons e maus, puros e impuros, mas a partilha igualitária do bem e do mal. A reciprocidade impede que se instale na comunidade relacionamentos centrados na superioridade de uns e na inferioridade de outros.
Gl 6, 10b – “[...] pratiquemos o bem para com todos, mas sobretudo para com os irmãos na fé”.
A exigência de Paulo é a do amor concreto e efetivo ao próximo sem discriminação. Todos são destinatários do compromisso de amor dos cristãos. É a possibilidade de um futuro positivo, do bem, de uma caminhada à vida eterna. O hoje é aqui ressaltado como momento oportuno para fazer o bem.
Filipenses
Fl 1, 27 – “Somente vivei vida digna do evangelho de Cristo, para que eu, indo ver-vos ou estando longe, ouça dizer de vós que estais firmes num só espírito, lutando juntos com uma só alma, pela fé do evangelho [...]”.
Paulo preocupa-se com o comportamento de sua comunidade. Aparece o zelo pastoral do apóstolo para com a comunidade de Filipos. Paulo apresenta um novo parâmetro de vida: o Evangelho. É preciso viver agora de acordo com essa nova realidade. Faz um apelo para que sejam coerentes com a opção pelo Evangelho. Paulo admoesta ainda que é preciso lutar pelo Evangelho contra os ataques dos inimigos. Defender a fé e a causa do evangelho. Para isso, a comunidade precisa estar unida. Quer criar na comunidade uma lúcida consciência cristã, inclusive que é necessário fidelidade, firmeza e fé.
Fl 2, 2-5 – “[...] levai à plenitude minha alegria, pondo-vos acordes no mesmo sentimento, no mesmo amor, numa só alma, num só pensamento, nada fazendo por competição e vanglória, mas com humildade, julgando cada um os outros superiores a si mesmo, nem cuidando cada um só do que é seu, mas também do que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus”.
O apóstolo apela para uma exortação com tom de súplica. Recorre à força do sentimento de afeto e compaixão pedindo para que completem sua alegria. Pede da comunidade uma profunda unidade interna evitando todo espírito sectário, sem espírito de superioridade de uns para com os outros. Paulo continua pedindo que não se faça nada por competição ou vanglória, mas sugere relações comunitárias fraternas baseadas na humildade. Não deve haver lugar para o egocentrismo na comunidade, para a superioridade de uns para com os outros. Todos são irmãos. Há ainda o primado do outro e do serviço mútuo.
Fl 2, 14-16 – “Fazei tudo sem murmurações nem reclamações, para vos tornardes irreprováveis e puros, filhos de Deus, sem defeito, no meio de uma geração má e pervertida, no seio da qual brilhais como astros no mundo, mensageiros da Palavra de vida”.
Sabe-se que na Igreja filipense há contraposições e divisões. Paulo quer o fim disso. A vida comunitária não deve ser afetada por críticas maldosas e discussões rancorosas. Tudo deve convergir para a construção de uma vida marcada pela irrepreensibilidade e integridade moral próprias dos filhos de Deus.
Fl 4, 8 – “Que a vossa moderação se torne conhecida de todos os homens”.
Paulo faz uma exortação geral para que a comunidade seja espelho de todos os homens.
 
Efésios
Ef 4, 1-3 – “Exorto-vos, pois eu, o prisioneiro no Senhor, a andardes de modo digno da vocação a que fostes chamados: com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros com amor, procurando conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”.
Parece que aqui Paulo está mais preocupado em redescobrir as motivações profundas do agir cristão. Chamar a comunidade à andar de modo digno da vocação a que foi chamada, perseverar na humildade, na mansidão, que são características daqueles que seguem a Jesus. Mas todas essas virtudes do cristão estão em vista dos outros, da construção do corpo de Cristo, suportando-se uns aos outros. É uma Igreja em clima de caridade e de unidade na motivação e no dinamismo do Espírito. É olhar o próximo e dar suporte a ele nas adversidades, acolher e respeitar o outro porque a meta é a unidade e a paz.
Ef 4, 25 – “Por isso, abandonai a mentira e falai a verdade cada um ao seu próximo, porque somos membros uns dos outros”.
Paulo convida a comunidade a deixar o ‘homem velho’ e revestir-se do ‘homem novo’, ou seja, evitar um comportamento e abraçar um novo estilo de vida. A primeira questão é relativa à verdade e à mentira. A importância da verdade é o centro da mensagem paulina que se traduz na fidelidade de amor e de justiça para com o próximo. Paulo lembra ainda, que todos somos membros uns dos outros. Ser infiel a um, é ser infiel ao todo e a si mesmo.
Ef 4, 26-27 – “Irai-vos, mas não pequeis: não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo”.
Esta exortação está totalmente voltada para o amor cristão porque influi nas relações para com o próximo. Aqui parece ser um convite à reconciliação e à correção fraterna antes que se conclua a jornada com o pôr-do-sol. O pecado, a desunião fere a comunidade e gera divisão na construção do único corpo, a Igreja.
Ef 4, 28 – “O que furtava não mais furte, mas trabalhe com as próprias mãos, realizando o que é bom, para que tenha o que partilhar com o que tiver necessidade”.
Essa exortação também está no âmbito das relações sociais ou comunitárias. Paulo convida a não se deixar arrastar pelo hábito de roubar, ou seja, procurar uma vida fácil, viver de exploração dos outros e da comunidade de forma parasitária. O apóstolo pede que se trabalhe com as próprias mãos para que tenha o que partilhar com os que necessitarem. É o ideal da liberdade e do comprometimento consigo, com a comunidade e com aqueles que passam necessidade. É uma motivação a uma vida oposta ao furto ou à exploração do outro.
Ef 4, 29 – “Não saia dos vosso lábios nenhuma palavra inconveniente, mas, na hora oportuna, a que for boa para edificação, que comunique graça aos que a ouvirem”.
A um falar nocivo, contrapõe-se um falar construtivo. A motivação é sempre o bem dos outros no que se refere às relações comunitárias. É uma chamada para que os fieis falem tendo em vista o fortalecimento da comunidade, o papel ativo no anúncio da palavra nas relações cotidianas.
 
Colossenses
Cl 3, 12-13 – “[...] revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixa contra o outro; como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós”.
Essa exortação domina uma série de indicações práticas relativas à vida e às relações comunitárias. O que aparece aqui de relevante é o amor fraterno que supera toda divisão e discórdia na comunidade. Espelhando-se no amor gratuito e generoso de Deus, a comunidade cristã é convocada a viver no mesmo amor que gera vida em si mesma, nos seus membros. Só que fez essa experiência do amor de Deus é capaz de acolher os outros e confiar neles.
Cl 3, 14 – “Mas sobre tudo isso, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”.
A caridade resume perfeitamente todas as virtudes. Assim, mantendo todos unidos os conduz à perfeição. Na Igreja o importante não é a perfeição de um, mas de todos.
Cl 3 16 – “[...] com toda a sabedoria ensinai e admoestai-vos uns aos outros e, em ação de graças a Deus, entoem vossos corações salmos, hinos e cânticos espirituais”.
Aqui Paulo faz o apelo para que se ensine e admoeste com toda a sabedoria. É como que a encarnação da palavra de Cristo na fraterna partilha da experiência, da reflexão, da exortação que culmina com uma ação de graças a Deus. É a experiência do amor salvador de Deus que abarca todo ser humano. O entoar dos hinos, cânticos e salmos revela que a ação salvadora de Deus permeia toda a realidade e destrói todas as barreiras.
Cl 4, 1 – “Senhores, dai aos vossos servos o justo e equitativo, sabendo que vós tendes um Senhor no céu”.
O que Paulo exige dos patrões, mesmo não sendo muito, é significativo. Eles devem prestar contas do seu modo de agir em relação aos dependentes ao único Senhor e juiz, diante do qual nada vale a posição social. Paulo assevera que os servos, os pobres, não estão abandonados à sorte, mas que assim como o patrão, eles têm um senhor no céu. É a insistência na igualdade fundamental de todos.
 
 
1 Timóteo
1Tm 4, 12 – “Quanto a ti, sê para os fieis modelo na palavra, na conduta, na caridade, na fé, na pureza”.
Paulo exorta os pastores a serem modelo da comunidade, a guiar os irmãos. A exemplaridade do pastor se dá na dimensão do falar e da prática, do amor fraterno e da fidelidade, do serviço. O chefe da comunidade deve estar “em forma”, empenhado de que a salvação de Deus aconteça na vida da comunidade.
1Tm 4, 16 – “Vigia a ti mesmo e a doutrina. Persevera nestas disposições porque, assim fazendo, salvarás a ti mesmo e aos teus ouvintes”.
Aqui trata-se do tema da salvação comunitária e solidária: o pastor que trabalha com perseverança e fidelidade salva-se a si mesmo e a todos os que o escutam. O pastor é aquele que cuida de si mesmo, da doutrina que segue, vive e prega em vista da salvação. Ele é um bom cristão que sustenta a caminhada dos irmãos.
1Tm 5, 1 – “Não repreendas duramente o ancião, mas admoesta-o como a um pai; aos jovens como a irmãos; às senhoras, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza”.
1Tm 5, 3 – “Honra as viúvas, aquelas que são verdadeiramente viúvas”.
Essas duas exortações referem-se às várias categorias de pessoas da comunidade. é a referência à Igreja-casa, família de Deus. São exortações que indicam a boa conduta, o respeito para com o outro, a beleza da pureza das moças. Além disso, o auxílio aos que são fragilizados e vivem sozinhos, como é o caso das viúvas. Elas certamente não tem dinheiro, sem familiares que as sustente, que vivem abandonadas. São convidadas à confiança em Deus e na comunidade. as verdadeiras viúvas, não aquelas que se entregam à boa vida (5, 6a).
1Tm 6, 17-18 – “Aos ricos deste mundo, exorta-os que não sejam orgulhosos, nem ponham a esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que nos provê tudo com abundância para que nos alegremos. Que façam o bem, se enriqueçam com belas obras, sejam pródigos, capazes de partilhar”.
Essa exortação refere-se aos ricos. A riqueza traz duas questões, ao menos: a arrogância e a presunção orgulhosa que se desdobram em desprezo pelos pobres e a soberba espiritual. Por isso, Paulo adverte contra o perigo do orgulho que individualiza, que exclui o outro, contra a soberba diante de Deus porque sente-se o “dono do mundo, das coisas, de Deus” e a falta da partilha. O rico se torna incapaz de dividir não só o que tem, mas aquilo que é. A proposta do Reino vai na contra-mão de todos esses des-valores porque funda-se na caridade, na fraternidade, no amor, na partilha da vida e dos bens.
 
2 Timóteo
2Tm 1, 8-9 – “Não te envergonhes, pois, de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro; pelo contrário, participa do meu sofrimento pelo evangelho, confiando no poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com vocação santa, não em virtude de nossas obras, mas em virtude do seu próprio desígnio e graça”.
Aqui Paulo, na cadeia, relembra os valores da fidelidade e da perseverança. É uma exortação à manter-se firme no evangelho, sobretudo nos tempos de provação e a unir os sofrimentos pessoais com os sofrimentos daqueles que sofrem pela causa do Evangelho. É um motivo de reavivar o dom de Deus, confiar na sua bondade e poder para enfrentar com alegria e coragem os desafios de fazer a opção pelo Reino. A ação de Deus foi revelada em Jesus Cristo e é transmitida a nós pela sua própria graça e amor. É a coragem de dar a vida pelo Reino.
2Tm 2, 1-2 – “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. O que de mim ouviste na presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fieis, que sejam idôneos para ensiná-los a outros”.
A exortação assume um caráter de separação numa perspectiva de provações e tribulações. Por isso, Paulo insiste em fortificar-se na graça de Jesus Cristo para que o Evangelho não fique parado. É preciso anunciar, dar razões da própria fé e, por isso, o trabalho missionário-evangelizador precisa continuar.  O encorajamento e o exemplo de Paulo querem sustentar os continuadores da mensagem cristã à fidelidade no seguimento e na transmissão do querigma.
2Tm 2, 3 – “Assume a tua parte de sofrimento como bom soldado de Cristo Jesus”.
Paulo encoraja a assumir o sofrimento como fidelidade e como união à Cristo. A comunidade não precisa apenas de líderes carismáticos, mas de fieis discípulos que tenham a coragem e a audácia de sofrer pelo Evangelho. E a fidelidade no sofrimento.
2Tm 2, 16 – “Evita o palavreado vão e ímpio, já que os que o praticam progredirão na impiedade”.
O que Paulo quer é evitar o falatório e o palavreado que nada tem a ver com a fé e com a defesa da mesma. É preciso defender-se e defender a própria fé de equívocos e de palavras mal ditas. Defender a fé cristã de contradições que já começam a aparecer na comunidade.
2Tm 2, 22-23 – “Foge das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, a caridade, a paz com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor. Repele as questões insensatas e não educativas. Tu sabes que elas geram brigas”.
Paulo sugere um método de paciência e tolerância com as pessoas. É a esperança de recuperar aqueles que se desviaram do caminho. Moderação e o equilíbrio, deixar os impulsos passionais da juventude em vista da capacidade de ensinar e comunicar. É acreditar na presença do Senhor no meio da comunidade e com aqueles que a pastoream.
 
Tito
Tt 2, 1-4 – “Quanto a ti fala do que pertence a sã doutrina. Que os velhos sejam sóbrios, respeitáveis, sensatos, fortes na fé na caridade e na perseverança. As mulheres idosas, igualmente devem proceder como convém a pessoas santas: não sejam caluniadoras, nem escravas da bebida excessiva; mas sejam capazes de bons conselhos, de sorte que as recém-casadas aprendam com elas a amar os maridos e filhos [...]”.
A preocupação da exortação é convocar os cristãos para a fidelidade, de acordo com as exigências da própria condição ou função. É a prática dos valores familiares do sábio equilíbrio, da dignidade, do decoro, moderação e autocontrole. Ou seja, fazer tudo aquilo que for conveniente para a edificação da comunidade e dos irmãos.
Tt 2, 7-8 – “Sê tu mesmo modelo de belas obras, íntegro e grave na exposição da verdade exprimindo-te numa linguagem digna e irrepreensível, para que o adversário, nada tendo que dizer contra nós, fique envergonhado”.
Está-se falando aos homens que, com seu estilo de vida, devem dar testemunho irrefutável aos adversários.
Tt 2, 9-10 – “Os servos devem ser em tudo obedientes aos seus senhores, dando-lhes motivo de alegria; não sendo teimosos, jamais furtando, ao contrário, dando prova de inteira fidelidade, honrando, assim, em tudo a doutrina de Deus, nosso Salvador”.
Aos escravos, pede-se a submissão aos seus senhores dando-lhes motivo de alegria. Não acrescenta nada de muito novo ao recomendado pela tradição cristã. Mas convida-os a não se aproveitarem da confiança de seus senhores para apropriar-se de bens que não os pertencem. Propõe-se uma relação leal e correta com os senhores para merecer a confiança deles e para dar um bom testemunho a favor da fé cristã. Interessante que nessa carta a Tito, o escritor propõe que se testemunhe a fé cristã dentro das estruturas históricas existentes, segundo as exigências do próprio papel e da própria condição social.
 

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