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Mostrando postagens de 2014

ENCONTRO MUNDIAL DE MOVIMENTOS POPULARES - Discurso de Francisco

Neste 2º artigo sobre o Encontro Mundial de Movimentos Populares destaco o primeiro ponto marcante do Discurso do Papa Francisco: os pobres querem ser protagonistas. Com muita clareza e objetividade, Francisco afirma: "os pobres não se contentam com promessas ilusórias, desculpas e pretextos”. São palavras que tocam numa questão-chave. A respeito dos pobres, o que mais existe são promessas ilusórias, desculpas e pretextos. Na sociedade capitalista os pobres não contam. É como se não existissem. São sobras descartáveis. Diz ainda Francisco: "os pobres também não estão esperando de braços cruzados a ajuda de ONGs, planos assistenciais ou soluções que nunca chegam ou, se chegam, chegam de maneira que vão em uma direção ou de anestesiar ou de domesticar. Isso é meio perigoso”. Quantas vezes as  obras sociais tratam os pobres como meros objetos de assistência ou ação caritativa! Quantas vezes elas servem para anestesiar ou domesticar os pobres! As palavras do nosso

Carta à Presidenta Dilma Rousseff

Carta à Presidenta Dilma Rousseff 27/11/2014 Estimada Presidenta Dilma Rousseff, Nós, participantes do Grupo Emaús abaixo relacionados, queremos parabenizá-la por seu esforço e desempenho durante a árdua campanha eleitoral, bem como pelas conquistas de seu primeiro mandato. Somos um grupo de teólogos/as de várias Igrejas cristãs, sociólogos/as, educadores/as e militantes que nos encontramos regularmente há quatro décadas. Estamos todos comprometidos na construção de um Brasil, social e economicamente mais justo, solidário e sustentável. A maioria batalhou, desde o início, em favor do PT e de seu projeto de sociedade. Nessas eleições de 2014, muitos de nós expressamos publicamente nosso apoio à sua candidatura. Discutimos e polemizamos, pois, percebíamos o risco de que o projeto popular do PT, representado pela Senhora, não pudesse se reafirmar e consolidar. Para nós cristãos, especialmente nas milhares de comunidades de base, tínhamos e temos a convicção de que a pa

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AO PARLAMENTO EUROPEU EM ESTRASBURGO - 25 DE NOVEMBRO DE 204

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Vice-Presidentes, Ilustres Eurodeputados, Pessoas que a vário título trabalhais neste hemiciclo, Queridos amigos! Agradeço-vos o convite para falar perante esta instituição fundamental da vida da União Europeia e a oportunidade que me proporcionais de me dirigir, por vosso intermédio, a mais de quinhentos milhões de cidadãos por vós representados nos vinte e oito Estados membros. Desejo exprimir a minha gratidão de modo particular a Vossa Excelência, Senhor Presidente do Parlamento, pelas cordiais palavras de boas-vindas que me dirigiu em nome de todos os componentes da Assembleia. A minha visita tem lugar passado mais de um quarto de século da realizada pelo Papa João Paulo II. Desde aqueles dias, muita coisa mudou na Europa e no mundo inteiro. Já não existem os blocos contrapostos que, então, dividiam em dois o Continente e, lentamente, está a realizar-se o desejo de que «a Europa, ao dotar-se soberanamente de instituições livres, p

A BELEZA DA LITURGIA DAS HORAS

Eduardo Moreira Guimarães [1] A Liturgia das Horas é a oração oficial da Igreja. A partir do Concílio Vaticano II é proposta a todos os fieis (Bispos, padres, religiosos, leigos e leigas). É um convite parar reunir-se em nome de Jesus Cristo e celebrar o seu mistério no ciclo do dia, da semana e do ano litúrgico. Desde os seus primórdios a Igreja reza incessantemente (At 2, 42). Santo Inácio de Antioquia, em suas cartas, fala que se rezava frequentemente pelas comunidades cristãs. O mesmo testemunho é dado por Tertuliano, Orígenes, Irineu e Cipriano [2] . Desse modo, percebe-se a ininterrupta prece da Igreja a seu Senhor e Mestre. As formas de oração modificaram-se muitas vezes. A partir do século IV tem-se notícia de duas tradições de oração comunitária na Igreja: o Ofício da Igreja Catedral e o Ofício Monástico. Aqui aparecem as orações das Horas que evocam o mistério de Cristo no tempo e que, mais tarde, tornar-se-iam a Liturgia das Horas. Podemos dizer, portanto, que a

Devaneios poéticos!

"Encarar a realidade e um modo de morrer. Mas sem isso, não haverá renascimento". (Lya Luft - Secreta mirada e outros poemas)

Devaneios poéticos!

"A solidão é um campo muito vasto que não se deve atravessar a sós".                         (Lya Luft -  Secreta Miranda e outros poemas)

DISCÍPULOS-MISSIONÁRIOS?

Eduardo Moreira Guimarães [1] A Conferência Geral do Espicopado Latino-Americano e Caribenho, que teve lugar em Aparecida (SP-Brasil) em 2007, trouxe uma série de ideias novas para a evangelização da América Latina e do Caribe. São muitas as luzes lançadas por aquela Conferência que iluminam a vida cristã no seu dia-a-dia e na sua concretude. Dentre os vários aspectos que se fazem notar, talvez um possa parecer óbvio, mas merece certa atenção. De uma linguagem de agentes de pastoral, de ministros qualificados para os trabalhos eclesiais o Documento de Aparecida (DAp) traz uma nomenclatura nova transbordante de significado: DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS. É interessante perceber como esse nome identifica melhor aquele que segue a Jesus Cristo. Ele mesmo convocou homens e mulheres para os enviar dois a dois à sua frente (Lc 10, 1). Discípulo é aquele que segue alguém, que faz um caminho junto. Missionário é aquele que vai, que sai, que leva algo a alguém, fala, apresenta, anuncia. Po

A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA

Eduardo Moreira Guimarães [1] O Concílio Vaticano II foi um grande evento eclesial de renovação da Igreja e um momento de diálogo com o mundo. Os padres conciliares, pensando na missão de evangelizar segundo o mandato de Jesus (Mt 28, 19), aprovaram, no dia 07 de dezembro de 1965, o Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja. Esse decreto conciliar quer lembrar a todos os cristãos que a Igreja foi enviada a todos os povos para pregar a Boa Nova (n. 1). Então, tem como objetivo apontar os “[...] princípios da atividade missionária e drenar as forças de todos os fieis para que o povo de Deus [...] difunda por toda parte o reino do Cristo Senhor [...] e prepare a sua derradeira vinda” (n. 1c). Nesse sentido, Ad Gentes faz uma bonita abordagem doutrinária da missão eclesial afirmando que “A Igreja peregrina é por natureza missionária” (n. 2). Isso evidencia que a atividade missionária é constitutivo da Igreja porque é a extensão do desígnio do Pai, da missão do