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Mostrando postagens de setembro, 2012

COMO E A QUEM DEUS SE REVELA

Encerrando o mês da Bíblia resolvi postar um trabalho que fiz sobre "Como e a quem Deus se revela" em alguns textos das Sragradas Escrituras. Seguem também as citações dos referidos textos. 1) Gn 12-37. Como e a quem Deus se revela?                Ao longo da história da salvação, Deus utiliza de seus meios para fazer com que o homem, sua criatura mais sublime, mantenha uma relação íntima com seu Criador. Assim, continuamente chama o homem para um encontro. Encontro de alguém com alguém onde há quem fala e quem responde. Nesse sentido, ao longo do livro do Gênesis, particularmente nos capítulos citados, Deus se revela ao homem de diversas formas e este o responde.                Em Gn 12, 1 Deus se revela a Abrão, fala com ele: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei” . Percebe-se aqui que Deus tem uma plano para o povo que escolheu para si. Um de seus desígnios é justamente desenvolvido em Gn 12, 7 quando aparece

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Nesse domingo, o olhar de Jesus ensina a contemplar o aparente diferente, mas que, na verdade, está em busca do mesmo ideal. Assim, já na Primeira Leitura (Nm 11, 25-29) ve-se o relato de que o espírito de Moisés repousou sobre setenta anciãos, estes profetizaram por algum tempo, mas não continuaram. No entanto, aqueles dois homens Eldad e Medad, que não estavam na lista, também receberam o espírito do Senhor e pregaram por toda parte.  Essa leitura é confirmada no Evangelho quando os discípulos querem repreender aqueles que estão expulsando demônios porque não os seguiam. Jesus repreende e afirma que quem não está "contra nós" é a "nosso favor" (Mc 9, 38-43.45.47-48).  Que cada um seja a favor de Jesus e dos seus e que não condenemos a ninguém, mas deixemos a Deus o julgar a nós e aos outros (Tg 5, 1-6).

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM

O tema central da liturgia desse domingo é o amor a Deus e ao próximo. Esse amor é traduzido em gestos, em atitudes de humanidade, de amor e de zelo para com o outro. Não como fazem os ímpios que armam ciladas ao justo porque este se opõe ao jeito errado de agir (Sb 2, 12.17-20). Mas porque se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último e aquele que serve a todos. Que acolha a todos, porque assim acolherá o próprio Cristo e Aquele que o enviou. Finalmente, onde há inveja e rivalidade aí estão todas as espécies de obras más (Tg 3, 16-4, 3). Que o Senhor Jesus ensine a cada um a viver o gesto de acolhida e de amor ao outro, gesto que é de acolhida e amor ao próprio Senhor.

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

 A Palava de Deus convida hoje a confiar sempre no Senhor. Ele é a rocha firme na qual se pode ter a certeza da base sólida para a vida.  Deus, como bem relata a Primeira Leitura (Is 50, 5-9), é o auxiliador, aquele que não deixa abater o ãnimo, mas dá a certeza de que os seus não serão humilhados.  Ao mesmo tempo, esse amor de Deus, essa força que dele emana espera de cada um uma resposta que muito bem foi sintetizada por Tiago (Tg 2, 14-18) quando fala que a fé se não se traduz em obras, em si mesma é morta. Claro, a fé só pode ser traduzida na vida. É na vida que está o irmão, imagem e semelhança de Deus, é na vida que está a necessidade, o sofrimento e as realidades que exigem Deus. Portanto, que a fé se traduza em obras, se manifeste nas atitudes e ações de cada cristão comprometido com o Evangelho de Cristo.  Só assim, deixando tudo de lado, e seguindo a Jesus, sabendo, como Pedro, que Ele é o Messias, se pode perder tudo, porque a vida eterna já está garantida (Mc 8, 27

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

A liturgia desse domingo convida a viver a solidariedade e o amor ao próximo. Mas esta solidariedade não é vivida com meras palavras, mas com atitudes que saem de dentro do coração do homem. Nesse sentido, para que a vida do ser humano seja realmente completa, deve procurar ouvir as leis e os decretos do Senhor afim de vivendo-os possa entrar na terra prometida. Para os que têm fé, esta pode ser traduzida, hoje como a vida junto de Deus, esperança de todo crente (Dt 4, 1-2.6-8). Somente vivendo dessa maneira poder-se-á ser verdadeiro praticante da Palavra de Deus e não mero ouvinte. Essa palavra certamente fará eco no coração e se traduzirá em obras, na vida cotidiana (Tg 1, 17-18.21-22.27).  Finalmente, tudo isso para honrar o nome do Senhor com tudo o que se é, não só pelo que se fala. Afinal, Jesus mesmo foi quem apontou aqueles que o honram com palavras, mas o coração está longe dele. O que torna o homem impuro, diz Jesus, não é o que entra nele, mas o que dele sai. Que o

Considerações finais sobre o Congresso e perspectivas - D. Ladaria

PALESTRANTE: DOM LUIS LADARIA, SECRETARIO PARA A CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ             Hoje encerrou-se o Congresso Teológico Nacional: 20 anos do Catecismo da Igreja Católica e Ano da Fé. Dom Ladaria teve a oportunidade de fazer suas considerações finais sobre o Congresso e perspectivas. Foi um momento interessante. Disse, Dom Ladaria, que não usaria texto, mas apenas aquilo que ele queria brevemente nos dizer. Foi um momento sublime. Falou-nos da fé, do Cristo que, só Ele, dá sentido à vida.             Disse-nos. Cristo dá sentido a tudo. Cristo dá sentido ao mundo! Tudo que é nascido de Deus é bom, por isso, Deus, pela criação pode ser conhecido. Tudo foi criado em Cristo, tudo por meio d’Ele. Assim, a criação não é algo diferente da salvação, mas fomos criados para ser salvos. O mundo foi criado para ser regenerado. Na cruz já está o cosmos. De alguma maneira o cosmos está na cruz de Cristo porque desde sempre Jesus é fundamento de tudo.             Nesse se

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Hoje a Igreja celebra o XXIII Domingo Comum. Sua Liturgia convida a acolher a todos os que se nos apresentam. A fé no Senhor Jesus Cristo não admite acepção de pessoas, já dizia São Tiago (Tg 2, 1). Se aparece um pobre ou um rico, em igual dignidade, eles devem ser acolhidos. Provavelmente o pobre que necessita mais deve ser mais acolhido, no sentido de que foi a ele especialmente que Deus escolheu para ser rico na fé (Tg 2, 5).                Esse ato de acolher a todos é essencialmente parte da pedagogia de Jesus ao anunciar o Seu Reino. É essa atitude que Ele tem com todos aqueles que O procuram, que O buscam na dificuldade, na alegria. É isso que Ele faz, acolhe, o surdo. Mas além de acolher, Jesus recupera a pessoal, cura-a, fá-la sair de seu estado de dor e dá-lhe nova vida. Assim o fez com o surdo ao sair com ele de perto da multidão (Mc 7, 33) e abrindo-lhe os ouvidos para que escutasse sem dificuldade: “Efatá” (Mc 7, 34).                Essa atitude de Jesus, de acol

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”                Hoje a Liturgia da Igreja recomenda que seja a nossa vida uma total adesão ao Senhor, um reconhecimento de que Ele mesmo é nosso Deus e nós O devemos servir. É assim que Josué adverte seu povo, “escolhei a quem quereis servir” (Js 24, 15b). Ainda hoje essa pergunta é dirigida a toda a humanidade. A quem quereis servir? A qual Senhor quereis prestar culto, quereis amar, quereis pedir? Certamente a resposta do cristão deve ser a mesma de Josué, “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Js 24, 15c). Ou a mesma de seu povo: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses estranhos. Porque o Senhor, nosso Deus, ele mesmo é quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão” (Js 24, 16-17).                A mesma indagação ocorre no Evangelho. Jesus sabia perfeitamente que entre os seus haviam aqueles que não acreditavam. Que entre os seus a

A DIMENSÃO INDIVIDUAL E ECLESIAL DA FÉ

PALESTRANTE: DR. MÁRIO DE FRANÇA MIRANDA, SJ             Para se compreender essa palestra, tem-se que ter como fundamento a base antropológica usada pelo autor, diz o mesmo no início. Dr. Márcio parte do mesmo principio que Dom Ladaria, ou seja, a situação plural da sociedade hoje marcada por um tecido cultural divergente onde a totalidade de Deus não é atingida. Ao mesmo tempo, não se pode chegar ao Verbo de Deus sem o homem Jesus, portanto a fé cristã deve ser compreendida na sua base antropológica e histórica. 1) FÉ CRISTÃ HOJE - sempre a mesma fé, mas com compreensões diferentes conforme a sua época. Hoje, diferente das primeiras comunidades cristãs, marcadas pela maturidade da fé. No século XX, sobretudo, uma tendência subjetiva de ver a fé.   1.1)             Fé como opção livre: o homem de fé é diferente de muitos homens de sua natureza, porque vive de modo singular, porque obediente pela fé. Essa obediência significa o acolhimento da revelação de Deus em Jes

O ANO DA FÉ: A FÉ ABERTA A TODOS

PALESTRANTE: DOM LUIS LADARIA, SECRETARIO DA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ             Hoje, segundo dia de encontro, no Congresso Teológico Nacional em Curitiba – PR, Dom Ladaria falou-nos sobre o Ano da Fé. Com uma exposição simples e, ao mesmo tempo densa de conteúdos, iniciou situando a fé no contexto da secularização do Ocidente que traz problemas pessoais e sociais, sobretudo, porque (...) quando se pensa a ausência, morte de Deus, pensa-se consequentemente na morte do próprio homem. Aliado a esse problema está a falta de sentido da existência humana acarretado pela falta de referência a Deus.             Nesse diferente contexto encontra-se a proposta da Nova Evangelização que procura anunciar a fé com novo método, expressões e ardor, afinal, segundo Bento XVI, vive-se um analfabetismo religioso gerado pela falta de catequese adequada. Nesse sentido, o Ano da Fé quer ser um impulso renovado para a vida e a amizade com Cristo. Essa fé que é Trindade, crença e per

A ESTRUTURA DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA E A VIDA CRISTÃ

PALESTRANTE: FREI DR. CARLOS JOSAPHAT O Frei Josapha falou sobre a estrutura do CIC e a vida cristã. Tema também abordado por D. Ladaria. Portanto discursou sobre as fontes do Catecismo: Sagrada Escritura, Santos Padres, Liturgia e Magistério. Mostrou também que o CIC preocupa-se com a fonte sacramental e pastoral da Igreja seguindo já as mesmas preocupações do Concílio de Trento e do Vaticano II, evidentemente cada um a seu modo e o seu tempo. O importante é recolher e conciliar o que há de melhor no antigo e no novo, disse! Mostrou que os quatro elementos do CIC: credo, decálogo, sacramentos e oração são a essência e o dinamismo da vida cristã. Nesse sentido, é sempre necessário manter o contado da Palavra viva de Deus com a Fé viva do Povo de Deus. E ainda mostrou que o essencial na fé cristã é crer na Trindade. “Hoje se a Igreja não contar com uma base mística (...) dinâmica, ela não poderá enfrentar os desafios da humanidade de hoje”.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA: GÊNESE, ESTRUTURA E PERSPECTIVAS

PALESTRANTE: DOM LADARIA – SECRETÁRIO DA CONGREGAÇÃO DA DOUTRINA DA FÉ D. Ladaria foi o primeiro palestrante do evento. Sendo tema de sua conferência, “Catecismo da Igreja Católica (CIC): gênese, estrutura e perspectivas”. Foi o momento de uma vista panorâmica sobre a Catecismo da Igreja. Teve como início uma interessante reflexão que o catecismo vem depois de catequese. Primeiro surgiu a catequese, já com Jesus: Sermão da Montanha, parábolas. Só mais tarde é que vieram os escritos, o catecismo como assim se chamou. Foi feito também um apanhado histórico de catecismos anteriores como o de Celta (1505) e o catecismo romano (1536). Lembrou bem D. Ladaria, que eram escritos destinados sobretudo aos párocos. A estes cabia, posteriormente, a tradução do conteúdo dos mesmos para a comunidade. E continuou o palestrante a falar sobre o atual catecismo que tem 4 pilares: Credo, Decálogo, Sacramentos, Oração (Pai Nosso). Lembrando que no catecismo estão as verdades fundamentais

CONGRESSO TEOLÓGICO – 20 ANOS DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA E ANO DA FÉ

Está acontecendo em Curitiba (PR), na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) o Congresso Teológico que lembra, estuda e comemora os vinte anos de promulgação do Catecismo da Igreja Católica conjuntamente com o Ano da Fé. O evento realiza-se de 07 a 09 de setembro e tem presenças ilustres como o Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, D. Ladaria, o Cardeal Raimundo Damasceno Assis, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Arcebispo de Curitiba, Dom Moacir Vitti, o Reitor da PUCPR, Ir. Clemente Ivo Juliato, o Arcebispo de Brasília e Presidente da Comissão da CNBB para a Doutrina da Fé, Dom Sérgio da Rocha. Além desses, várias outras autoridades eclesiásticas acham-se presentes: Arcebispos, Bispos, Presbíteros, Seminaristas, Religiosos e Leigos vindos de várias localidades do país. Durante esses dias do encontro encontrar-se-ão aqui resumos das palestras. Lembro, apenas, que é uma pequena tentativa de transmitir aquilo que estam

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

A Igreja celebra, com alegria e esperança, a Ressurreição do Senhor, fazendo memória e atualizando o ato salvífico de Seu Redentor, Jesus Cristo, o Senhor. Neste domingo, a Liturgia convida a ouvir as leis e os decretos do Senhor (Dt 4 1-2.6-8) para que realizando-os na própria vida se obtenha a vida e a posse na terra prometida. No entanto, é oportuno lembrar que a Jesus mesmo recomenda que não se deve, simplesmente, ouvir a Palavra, pronunciar com os lábios se o coração estiver longe de Deus (Mc 7, 6b). É necessário que o que está já no coração do homem seja totalmente de Deus. Assim, o que torna o ser humano imputo, diz Jesus, não é o que vem de fora dele, mas aquilo que está em seu coração, aquilo que encontra-se em seu interior. É nessa perspectiva que Tiago lembra a importância de praticar a Palavra de Deus, não se pode somente colocar-se como mero ouvinte. A Palavra é viva, é eficaz, é dinâmica, é cheia de vida. Iniciando o mês da Bíblia, que o Senhor Jesus inspire os