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NELE ACREDITAIS!


REFLEXÕES DE UM INICIANTE...

Tempo pascal. Tempo de alegria exultante porque celebramos o Cristo ressuscitado e glorioso, que venceu a morte e renovou a vida, que cumpriu a promessa do Pai, que foi fiel até o fim. Celebrar a Páscoa é celebrar a vida de cada irmão e irmã que, em meio as dores e sofrimentos diários, conseguem ver no Ressuscitado a esperança de sua própria ressurreição.
A liturgia deste domingo insere-nos no mistério que celebramos e na vida de comunidade que devemos ter. A primeira leitura (At 2,42-47) fala-nos da experiência das primeiras comunidades cristãs. Aqueles que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Como é bonito imaginar o relacionamento desses nossos predecessores na fé em Jesus. Ao mesmo tempo como é desafiador ter essas mesmas atitudes em nossas comunidades hoje. Urge a necessidade de pararmos ante nossos vários compromissos e escutarmos o Senhor, sermos mais fraternos e solícitos com as necessidades das pessoas e rezar juntos. Essa comunidade dos primeiros cristãos nos impele a aceitar o desafio de ser cristão hoje como o foram no início do cristianismo.
A segunda leitura (1Pd 1,3-9) mostra-nos Pedro fazendo um verdadeiro hino cristológico. Toda a sua experiência com Jesus fez com que percebesse a graça e o poder de Deus em manifestar-se a nós em seu Filho pelo Espírito Santo. Destaque merecido deve ser dado ao momento em que Pedro afirma: “Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais!”. Para o mundo de hoje parece difícil falar, crer e testemunhar uma fé em Jesus que está tão distante e aquém historicamente de nós mesmos. Como fazer experiência deste a quem nem conhecemos? Porém, Pedro diz que é fonte de alegria amar e acreditar sem ter visto. Esta é a nossa fé: fé que não necessita da comprovação experimental, científica, mas fé que necessita do encontro pessoal, da oração, testemunho, do depoimento daqueles que vieram antes de nós e encontraram Jesus Cristo, o Mestre. Acreditamos, portanto, porque este encontro foi decisivo, capaz de transformar vidas e de fazer o ser humano melhor. Assim, ainda em nossos tempos, o mesmo Cristo passa em nossos caminhos e vidas convidando-nos ao seu seguimento.
No Evangelho (Jô 20,19-31) vemos a aparição de Jesus aos apóstolos reunidos de portas fechadas por medo dos judeus. Era o primeiro dia da semana, o Dia do Senhor, em que Jesus entra no meio deles e saúda-os com a paz, dá-lhes o Espírito Santo. Entretanto, Tomé não está entre eles. Quando anunciam que tinham visto o Senhor, Tomé refuta afirmando que só acreditaria vendo e tocando no Mestre. Passados oito dias, Jesus pôs-se novamente entre eles e pediu que Tomé colocasse o dedo nas marcas das feridas e fosse fiel, não incrédulo. Tendemos a rejeitar a atitude de Tomé, mas devemos avaliar também sua reação e sua profissão de fé diante de Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!”. Ainda hoje rezamos esta mesma prece de Tomé. Reconhecemos Jesus como Senhor e Deus, como irmão e amigo. Que Jesus, vivo e presente no meio de nós, ajude-nos a viver com alegria e entusiasmo a Sua Páscoa, nela encontrando a permanente páscoa necessária em nossas vidas. Amém.

Faz-se mister lembrar-se hoje de nosso querido João de Deus, João Paulo II. Na sua beatificação pedimos sua intercessão benevolente diante de Deus para todos nós que ainda peregrinamos nesta terra em busca dos céus. Beato João Paulo II, rogai por nós e ajudai-nos a “abrir, antes, escancarar as portas a Cristo”. Amém.

Eduardo Moreira Guimarães
5º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR

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