“Devolve-te pois a ti mesmo, senão sempre ou nem mesmo com freqüência, pelo menos de vez em quando. Põe-te sempre diante de ti, como se diante do outro, e chora a ti mesmo. Chora tuas iniqüidades e teus pecados, com o quais ofendeste a Deus, indica-lhe tuas misérias, mostra-lhe a malícia dos teus adversários e, enquanto te consomes assim em lágrimas, eu te rogo, lembra-te de mim. Porque eu, desde que te conheci, eu te amo em Cristo. Menciono a ti, quando todo pensamento ilícito merece castigo e todo bom pensamento, recompensa. Estando eu diante do altar de Deus, pecador mas padre, tua lembrança me acompanha. Tu me retribuirás por isso, amando-me e fazendo-me participar das tuas preces. É nelas que desejo estar presente contigo pela lembrança, quando tu vertes diante de Deus tuas preces por ti e por todos os que te rodeiam. Se eu digo presente, não te surpreendas, porque, se tu me amas eu sou tão presente a ti quanto tu o és a ti mesmo. Quicquid enim tu es substancialiter, hoc ego sum: tudo o que é substancialmente, eu sou. Sim, toda alma racional é uma imagem de Deus. Assim, aquele que busca em si a imagem de Deus, busca tanto seu próximo como a si mesmo, e quem a encontra em si, por aí tê-la procurado, conhece-a tal qual ele é em todo homem. porque a visão do homem é sua inteligência. Por isso, se tu vês, tu vês a mim, que não sou outro diferente de ti, e se tu amas a imagem de Deus, é a mim como imagem de Deus que tu amas; e eu, amando a Deus, te amo. Assim, buscando uma mesma coisa, estamos sempre presentes um ao outro, e presentes estamos em Deus, em quem nós nos amamos.”
Há alguns meses um amigo apresentou-me um texto do Arcebispo Fulton J. Sheen. Eu não conhecia sua biografia nem sua obra. À primeira vista, interessei-me muito pelo texto que falava da importância da Adoração Eucarística para a vida ministerial do Sacerdote. Mais tarde, encontrei-me com um pequeno livro do mesmo autor “O Calvário e a Missa: reflexões sobre o Calvário e Santa Missa” [1] e tive a oportunidade de, mais uma vez, saborear as belas e profundas palavras desse Arcebispo que está em processo de beatificação. Após essa última leitura, compartilho com os amigos algumas ideias colhidas no escrito pelo meu fichamento. A tradução que tenho em mãos lança já na ‘folha de rosto’ do livro essa frase de São Francisco de Sales - “O monte Calvário é o monte dos amantes”. Essa afirmação é muito verdadeira dado que identificamos na vida dos santos um amor incondicional ao Crucificado e, muitas vezes, a total identificação com Seu sofrimento na Cruz. Fulton Sheen diz que “o ato m...
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