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SACERDOTE: HOMEM QUE SE DEIXA ABRAÇAR PELA CRUZ DE JESUS


DO PROFUNDO DO NOSSO CORAÇÃO
O Cardeal Robert Sarah com a colaboração do Papa Emérito Bento XVI escreveu um livro intitulado “Do profundo do nosso coração” que reflete sobre “o tema mais difícil para a Igreja: o futuro dos padres, a justa definição do sacerdócio católico e o respeito ao celibato”. A partir da leitura desse escrito, apresento alguns pontos fundamentais da vida dos sacerdotes para que compreendamos, sempre mais, a vida desses homens escolhidos e chamados por Deus.

SACERDOTE: HOMEM QUE SE DEIXA ABRAÇAR PELA CRUZ DE JESUS
Para início de conversa, é preciso ter claro que Jesus assumiu e cumpriu no ato de amor de seu sacrifício o culto e a adoração devidos a Deus. Portanto, “o sacerdócio de Jesus Cristo nos faz entrar em um caminho que consiste em unir-se a Ele e em renunciar a tudo que não pertence senão a nós”. Esse é “o fundamento para os padres da necessidade do celibato, mas também da oração litúrgica, da meditação da Palavra de Deus e da renúncia aos bens materiais”. Dar a Deus tudo aquilo que, de fato, lhe pertence.
No tempo de Jesus, “sua comunidade se reunia regularmente no Templo para o ensino e a oração”. O Templo é o lugar do encontro com Deus. Por isso, continuamos o costume e a necessidade de nos reunir e de nos encontrar, mas não mais somente em torno dos muros do Templo, mas vivendo a Liturgia na vida cotidiana, porque “o Cristo ressuscitado tornou-se, para o ser humano, o espaço da adoração de Deus”.
Assumir a vida de Jesus implica assumir a sua Cruz que é “o ato de amor radical no qual se realiza realmente a reconciliação entre Deus e o mundo marcado pelo pecado. Essa é a razão pela qual esse evento, que em si mesmo não é de tipo cultual, representa a suprema adoração de Deus. Na Cruz, a linha ‘catabática’ da descida de Deus e a linha ‘anabática’ da oferenda da humanidade a Deus tornam-se um ato único. Pela Cruz, o corpo de Cristo se torna o novo Templo por ocasião da ressurreição”.

“Na Cruz de Cristo [...] um novo culto é instituído. O amor do Cristo, que está sempre presente na Eucaristia, é o novo ato de adoração. Em consequência, os ministérios sacerdotais de Israel são ‘anulados’ no serviço do amor, que significa concomitantemente adoração a Deus. Essa nova unidade entre o amor e o culto, é certamente uma tarefa inaudita que foi confiada à Igreja e que cada geração deve realizar novamente”.
Mas não estamos prontos. Por isso, é preciso mergulhar na Palavra que se fez carne. Isso “significa sempre também alimentar-se da carne que nos é dada na Santíssima Eucaristia como pão do céu. Meditar a Palavra na Igreja da Nova Aliança torna-se sempre abandonar-se à carne de Jesus Cristo. Esse abandono implica aceitar nossa própria transformação pela Cruz”. Deixemo-nos abraçar pela Cruz de Jesus!

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