Pular para o conteúdo principal

FORMAR PARA O AMOR


O Papa Francisco nos adverte na Amoris laetitia que “o amor sempre dá vida” e, por isso mesmo, nunca nos arrependeremos de ser generosos para com os irmãos e irmãs. Somos diariamente afetados pelos “meios de comunicação e as tecnologias da distração” que nos fazem perder a memória, o “defeito grave de nossa sociedade”. É impossível educar as novas gerações sem memória.

Nesse sentido, é “preciso garantir um amadurecimento, durante a formação, para que os futuros ministros possuam o equilíbrio psíquico que a sua missão lhes exige”, serão ministros de Deus e formadores de opinião. O caminho formativo é árduo e a vivência das virtudes é fundamental; “por de lado as ilusões e aceitar-se como é: inacabado, chamado a crescer, em caminho”.
No longo caminho da vivência do amor, percebemos que “muitas vezes somos incoerentes com as nossas próprias convicções, mesmo quando são sólidas. [...] É necessário maturar hábitos, [...] despertar a capacidade de colocar-se no lugar do outro e sentir pesar pelo seu sofrimento originado pelo mal que lhe fez”.
“Hoje, é ineficaz pedir algo que exija esforço e renúncias, sem mostrar claramente o bem que se poderia alcançar com isso”, nossas relações são muito frágeis. Por isso, condição fundamental é que “a disciplina não se transforme em uma mutilação de desejos, mas se torne um estímulo para ir sempre mais além, afinal, quando se pretende entregar tudo de uma vez, é possível que não se entregue nada”.
Não nos devemos enganar: “a melhor forma de preparar e consolidar o futuro é viver bem o presente”. Por isso, “fazer crescer é ajudar o outro a moldar-se na sua própria identidade - o amor é artesanal”. Mas, a transformação que cada um é chamado a realizar acontece pela graça de Deus, mas não se dá de forma mágica ou repentina. É necessário “a fidelidade da espera e da paciência”, viver e suportar bem os desafios, as crises que se apresentam, porque “cada crise esconde uma boa notícia, que é preciso saber escutar, afinando os ouvidos do coração”.
O perdão é a atitude fundamental. Saber perdoar e sentir-se perdoado demonstra que “cada um deve ser muito sincero consigo mesmo, para reconhecer que o seu modo de viver o amor tem imaturidades. [...] Não é fácil o perdão pela injustiça sofrida, mas constitui um caminho que a graça torna possível. Mas, “um caminho sincero e paciente de oração e libertação interior, é capaz de nos fazer voltar à paz”.

“Avancemos! Continuemos a caminhar! O que nos é prometido é sempre mais. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos à procura da plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida”. Nossa vida busca algo mais – o céu! Podemos antever o que nos espera vivendo o amor entre nós.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO: Introdução à eclesiologia

11.        INTRODUÇÃO O trabalho tem como objetivo resumir o livro “Introdução à Eclesiologia” de Salvador Pié-Ninot. Evidentemente não é uma tarefa simples, dado a complexidade do tema e, ao mesmo tempo, as discussões polêmicas que o mesmo está envolvido. Por exemplo: Jesus fundou a Igreja ou ela simplesmente foi aquilo que seus seguidores conseguiram oferecer? Essa e outras questões polêmicas perpassam na mente de qualquer estudante de teologia. Por isso, o resumo aqui apresentado fez questão de ser fiel ao autor nas observações, nos apontamentos e, ao mesmo tempo, na disposição dos capítulos que foram lidos e analisados. Para isso, no desenvolvimento está elaboraram-se tópicos que correspondem aos capítulos em número de 6 mais a conclusão. Assim, fala-se no estudo da história do Tratado de Eclesiologia, dos conceitos fundamentais relacionados à Igreja, de Jesus à Igreja, da Igreja primitiva e edificada pelos sacramentos, das dimensões da Igreja, da missão da Igreja e, final

ESSÊNCIA, PESSOA E SUBSTÂNCIA

I – INTRODUÇÃO             O presente trabalho apresenta uma breve definição das palavras ESSÊNCIA, PESSOA e SUBSTÂNCIA. A ordem de apresentação foi estabelecida a partir da ordem alfabética. Ao longo do texto notar-se-á que se buscou apresentar a origem do termo pesquisado, bem como a sua evolução e o que ele significa no campo teológico, mais especificamente em relação à Trindade. II – ESSÊNCIA, PESSOA, SUBSTÂNCIA             O problema inicial que permeia a definição de essência, pessoa e substância começa pelo fato de os gregos falarem de uma essência e três substâncias e os latinos de uma substância e três pessoas [1] . Sendo assim, corre-se o risco de confundir os termos e seus significados. Por isso, estudou-se apenas a concepção latina sem fazer as devidas comparações com a grega. a)       ESSÊNCIA Por esse termo é entendido, em geral, a resposta à pergunta “o quê?” [2] , por exemplo, na pergunta: ‘o que é o homem?’. A resposta, em geral, exprime a essên

A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE (Bruno Forte)

RESUMO: A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE (Bruno Forte)   1.       INTRODUÇÃO   O presente trabalho é um resumo da obra de Bruno Forte “A Igreja ícone da Trindade”. A leitura foi realizada de forma atenta e interessada tendo em vista a importância do tema. Divindade em três grandes partes, o livro apresenta a “ ECCLESIA DE TRINITATE – de onde vem a Igreja?”, a “ ECCLESIA INTER TEMPORA – o que é a Igreja? A forma trinitária da Igreja” e a “ ECCLESIA VIATORUM – para onde vai a Igreja?”. Dessa maneira, a apresentação desse resumo seguiu o mesmo esquema apresentado pelo autor. No entanto, no livro ele faz divisão de capítulos ao apresentar cada uma das três partes. Aqui, no entanto, pensou-se em apresentar em um único texto corrido a reflexão de Bruno Forte no intuito de elaborar um pensamento único que faça a conexão dos assuntos entre si, dado que todos estão inter-relacionados.   2.       A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE   Bruno Forte escreve este