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COMUNICADORES DA PALAVRA



Ontem, 24 de agosto de 2011, em pleno mês vocacional, os padres e os seminaristas da Arquidiocese de Maringá receberam um presente: a visita do Pe. Zezinho SCJ, ícone da música católica no país, como dizia Dom Anuar Battisti. Pe. Zezinho veio falar ao clero sobre comunicação. Tive a graça de participar desta manhã de formação com o referido padre e também de participar da Santa Missa na Catedral presidida por Doam Anuar tendo como pregador o Pe. Zezinho.
Não desejo aqui fazer uma descrição do que ouvimos pela manhã e muito menos de procurar repetir as falas do grande comunicador, Pe. Zezinho. Meu objetivo é apenas refletir algumas idéias que o padre trabalhou conosco e evidentemente, concretizar no meu blog a alegria de estar perto deste homem tão de Deus e tão do povo.
Gostei muito de todo o conteúdo transmitido na conversa com o Pe. Zezinho, mas, sobretudo de quando ele falou da Igreja. Como ele mesmo disse, nós (enquanto Igreja) temos pecado. Temos. Mas acredito que muito mais valores que pecados. O problema é que a mídia não mostra tanto nossos valores quanto nossos pecados. No entanto, como dizia o padre, nós podemos mostrá-los. Mas como? Vivendo-os, com o nosso testemunho no meio do povo. Idéia interessantíssima do Pe. Zezinho. Sim. Nós cristãos e cristãs podemos viver as nossas virtudes, nossos valores nos lugares onde estamos, com quem estamos. É assim que perceberemos a Igreja viva que Jesus Cristo sempre quis em seu projeto para que essa Igreja anuncie o Reino de Deus ao mundo vivendo-o.
Outro pensamento bonito é a noção de que somos comunicadores, não a causa da comunicação. De fato, a causa da nossa comunicação é Jesus Cristo. Não nós mesmos. Somos pequenos instrumentos de Deus no mundo para fazer com que o mundo seja mais de Deus. Não devemos procurar a mídia, procurar um lugar para nós lá. Não. É ela quem deve nos procurar pelo nosso testemunho, pelo que anunciamos. Foi assim com Madre Teresa, com Ir. Dulce, com Dom Hélder, com Dom Luciano, com João Paulo II, Bento XVI e tantos outros. Não foram a ela, ela veio até onde eles estavam. Não pode acontecer o contrário. Não devemos simplesmente falar bonito para ir atrás dos meios de comunicação, mas devemos falar para que aquilo que falamos e testemunhamos com a nossa vida faça com que a mídia venha até nós. Isso não por nós mesmos, mas por Aquele que anunciamos, Jesus Cristo.
É nesse sentido ainda que Pe. Zezinho falava muito bonito da arte de saber ouvir o outro. Sim. não somos sempre os mais corretos e nem sempre falamos a coisa corretamente. Erramos. Somos limitados porque somos humanos. A nossa voz de comunicadores e comunicadoras da Palavra pode precisar de uma correção aqui outra ali. Como disse, nem sempre estamos totalmente corretos e é preciso muita humildade e sabedoria para perceber que não vivemos aquém dos outros ou sem a presença. Quando falamos, quando escrevemos, quando comunicamos alguém está nos ouvindo e temos que saber o que falamos, o que as pessoas estão ouvindo quando falamos. E, se preciso, corrigir-nos, retratar-nos, pedir desculpas e tocar em frente.
De acordo com o padre Zezinho, estar na mídia, ser famoso, não é o mais importante. O mais importante é SER RELEVANTE. E há muitos e muitas por esse mundo afora que não estão na mídia e são muito relevantes, outros tantos que lá estão e são apenas famosos, nada de relevantes. Mas o que importa? O que importa é fazer com que Jesus e a sua Igreja sejam reconhecidos, sejam anunciados pelos meios de comunicação, não que a minha pessoa o seja. É nessa perspectiva que há uma grande diferença (a meu ver) entre ser de Deus e parecer ser de Deus, ser relevante ou não. O primeiro é aquele que vive conforme o Senhor pede, conforme a Palavra que anuncia; o segundo é aquele que vive conforme si mesmo e Deus fica sempre em segundo plano.
Por fim, o lugar da Igreja na terra é perto da cruz, asseverava Pe. Zezinho. Concordo com ele. O Cristo no qual acreditamos é aquele que fez milagres e ressuscitou, mas é também aquele que viveu, sofreu e morreu. Esse Cristo é o Cristo que padeceu na cruz. E ressuscitou. Razão da nossa fé e da nossa vida. É Ele a razão de tantos comunicadores e comunicadoras. Não anunciamos a nossa palavra, mas a Palavra de Deus. Não somos a luz, mas mostramos a verdadeira luz. É como se fôssemos a lua, durante a noite irradiamos a luz, que não é nossa, mas do Sol, o próprio Deus.
Por fim, termino com o Pe. Zezinho quando afirma: “Quero o que a Igreja quer” e nada mais. O que vale é a palavra dela, não a nossa. Não estamos sozinhos na missão da evangelização. Somos amparados pela Igreja. Quem nos confiou a mensagem de anunciar foi ela que inclusive a recebeu do próprio Cristo. Por isso, precisamos de homens e mulheres, comunicadores e comunicadoras da Palavra, mas esta Palavra é comunicada não em nosso nome, mas em nome da Igreja que guarda o tesouro da fé.
É indescritível a emoção de estar perto de Pe. Zezinho, é indescritível a alegria de vê-lo falar tão bem e tão belamente de Jesus, da Igreja, da nossa fé, do povo de Deus, das canções que podem nos ajudar a encontrar Deus e mais ainda da vida doada a serviço do Reino, afinal não somos os primeiros, os mais importantes, somos co-operadores do Reino, servos!
Parabéns Pe. Zezinho pelo seu trabalho de tantos anos evangelizando o Brasil!

Eduardo Moreira Guimarães
6º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR




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