Pular para o conteúdo principal

VOCAÇÃO E DISCERNIMENTO - Você também é chamado...



4º Congresso Vocacional do Brasil - (05 a 08 de setembro de 2019)

O tema desse congresso será “Vocação e discernimento” e o lema “Mostra-me, Senhor, os teus caminhos” (Sl 25,4). A vocação é dom e tem como fundamento o amor gratuito de Deus. Não podemos correr o risco da dispersão da fé e da vocação. É necessário promover uma forte experiência com Deus, um amadurecimento espiritual, para que os jovens sejam formados como discípulos missionários adultos na fé, afinal, reconhecer e abraçar a vocação exige discernimento e coragem - é o caminho da realização humana. Por isso, todos sejam motivados e preparados a se deixar atingir pela questão vocacional.

As vocações existem, estão aí, só precisam ser despertadas e descobertas! Jesus nos instrui: ele mesmo frequentou a casa dos vocacionados (Mateus, Zaqueu...) para inseri-los. Daí brota a necessidade de acolher e inserir o vocacionado na casa-Igreja. Na Igreja, aprende-se a relação entre Palavra-vocação que remete à oração pelas vocações como grande valor espiritual. Essa oração ensinada por Jesus no Evangelho (Mt 9, 37-38; Lc 10,2) para se pedir operários à messe, torna-se lugar de escuta, de proposta, de disponibilidade e de resposta vocacional.
Há, portanto, necessidade de intensificar, de diversas maneiras, a oração pelas vocações. É pela oração que se pode criar maior sensibilidade e receptividade ao chamado do Senhor, promover e coordenar iniciativas vocacionais.
O Serviço de Animação Vocaional é um serviço de encontro com o Senhor, “significa aprender o estilo de Jesus, que passa pelos lugares da vida diária, se detém sem pressa e, olhando os irmãos com misericórdia, os conduz ao encontro com Deus Pai” (Papa Francisco).
A promoção das vocações, como um instrumento do Espírito de Deus, tem a tarefa fundamental de fazer com que os vocacionados tenham esse encontro com Jesus que desperta e forma discípulos missionários. O trabalho vocacional se fundamenta na compaixão de Jesus pela messe abandonada – “como ovelhas sem pastor”. Dessa compaixão brota a oração e a missão (Mt 9, 35-38) do SAV.
O caminho vocacional de toda comunidade cristã é, sem dúvida, cuidar das vocações e ajudar no discernimento. Mas, cuidar como atitude interna e permanente de atenção, de vigilância e de escuta. O cuidado das vocações é um compromisso eclesial permanente. É preciso dispor de tempo de escuta e de pergunta aos vocacionados: Quem são? De onde são? Para onde pretendem ir? Essas questões são fundamentais para o acompanhamento vocacional.
Hoje é indispensável provocar e convocar os jovens que já participam das comunidades a um passo maior no seguimento de Cristo: despertá-los! Deve-se proporcionar lugares e momentos de direção espiritual, de discernimento do chamado oferecendo ocasiões para saborear o silêncio, a oração e a contemplação.
As lideranças da comunidade devem anunciar e testemunhar o “Evangelho da vocação”, suscitar e desenvolver uma verdadeira cultura vocacional nas comunidades. Essa cultura vocacional é um processo dinâmico que precisa ser revisitado, fortalecido e assumido: Deus te ama e, por isso, te chama! É necessário se questionar: para que e para quem é o processo de discernimento? Para os vocacionados ou para nós também?
Jesus é o primeiro promotor vocacional. Está no coração do Evangelho: chamou, formou e enviou em missão! Precisamos continuar a missão de Jesus: despertar, discernir, cultivar e acompanhar as vocações pela oração, espiritualidade, formação e planejamento. Urge a necessidade de descobrir e despertar modelos de vida, de referenciais concretos, humanos, evangélicos que atestem a beleza do “Evangelho da vocação” e que deem testemunho de Jesus Cristo, único modelo a ser seguido.

A primeira etapa do trabalho do CPP, em sintonia com o SAV paroquial, é, portanto, ajudar na vocacionalização de todas as pastorais e atividades das paróquias e comunidades. Que todas as estruturas paroquiais anunciem e vivam o “Evangelho da vocação”.
A vocação de quem é chamado para o serviço vocacional é dom de Deus! Por isso, é importante que o SAV tenha em cada comunidade pessoas específicas e preparadas para ajudar os vocacionados no processo de discernimento; que hajam fieis dispostos e ousados, capazes de serem instrumentos de Deus para chamar. A animação vocacional é um ministério, um convite a pensar, inovar, propor e mudar metodologias, organização e planejamento. O que e como fazer?
“Inicialmente, Deus chama-nos a fazer parte da Igreja e, depois, dum certo amadurecimento nela, dá-nos uma vocação específica” (Papa Francisco) – hoje Ele está chamando você para ser instrumento d’Ele no cuidado com os Seus vocacionados! Ele coloca em suas mãos seu bem mais precioso: a vocação. Ele confia em você.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO: Introdução à eclesiologia

11.        INTRODUÇÃO O trabalho tem como objetivo resumir o livro “Introdução à Eclesiologia” de Salvador Pié-Ninot. Evidentemente não é uma tarefa simples, dado a complexidade do tema e, ao mesmo tempo, as discussões polêmicas que o mesmo está envolvido. Por exemplo: Jesus fundou a Igreja ou ela simplesmente foi aquilo que seus seguidores conseguiram oferecer? Essa e outras questões polêmicas perpassam na mente de qualquer estudante de teologia. Por isso, o resumo aqui apresentado fez questão de ser fiel ao autor nas observações, nos apontamentos e, ao mesmo tempo, na disposição dos capítulos que foram lidos e analisados. Para isso, no desenvolvimento está elaboraram-se tópicos que correspondem aos capítulos em número de 6 mais a conclusão. Assim, fala-se no estudo da história do Tratado de Eclesiologia, dos conceitos fundamentais relacionados à Igreja, de Jesus à Igreja, da Igreja primitiva e edificada pelos sacramentos, das dimensões da Igreja, da missão da Igreja e, final

ESSÊNCIA, PESSOA E SUBSTÂNCIA

I – INTRODUÇÃO             O presente trabalho apresenta uma breve definição das palavras ESSÊNCIA, PESSOA e SUBSTÂNCIA. A ordem de apresentação foi estabelecida a partir da ordem alfabética. Ao longo do texto notar-se-á que se buscou apresentar a origem do termo pesquisado, bem como a sua evolução e o que ele significa no campo teológico, mais especificamente em relação à Trindade. II – ESSÊNCIA, PESSOA, SUBSTÂNCIA             O problema inicial que permeia a definição de essência, pessoa e substância começa pelo fato de os gregos falarem de uma essência e três substâncias e os latinos de uma substância e três pessoas [1] . Sendo assim, corre-se o risco de confundir os termos e seus significados. Por isso, estudou-se apenas a concepção latina sem fazer as devidas comparações com a grega. a)       ESSÊNCIA Por esse termo é entendido, em geral, a resposta à pergunta “o quê?” [2] , por exemplo, na pergunta: ‘o que é o homem?’. A resposta, em geral, exprime a essên

A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE (Bruno Forte)

RESUMO: A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE (Bruno Forte)   1.       INTRODUÇÃO   O presente trabalho é um resumo da obra de Bruno Forte “A Igreja ícone da Trindade”. A leitura foi realizada de forma atenta e interessada tendo em vista a importância do tema. Divindade em três grandes partes, o livro apresenta a “ ECCLESIA DE TRINITATE – de onde vem a Igreja?”, a “ ECCLESIA INTER TEMPORA – o que é a Igreja? A forma trinitária da Igreja” e a “ ECCLESIA VIATORUM – para onde vai a Igreja?”. Dessa maneira, a apresentação desse resumo seguiu o mesmo esquema apresentado pelo autor. No entanto, no livro ele faz divisão de capítulos ao apresentar cada uma das três partes. Aqui, no entanto, pensou-se em apresentar em um único texto corrido a reflexão de Bruno Forte no intuito de elaborar um pensamento único que faça a conexão dos assuntos entre si, dado que todos estão inter-relacionados.   2.       A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE   Bruno Forte escreve este