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XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM



 AINDA TENS UM CAMINHO LONGO A PERCORRER...


   Nesse domingo, XIX do Tempo Comum, a Liturgia da Igreja propõe a reflexão sobre o alimento que fortifica a caminhada e que prepara para a vida que não tem fim. Não mais o maná que os pais receberam no deserto, alimento que perece, mas alimento que dá traz a vida eterna, o próprio Senhor Jesus, pão da vida!
   É nessa perspectiva que se insere o Evangelho desse domingo (Jo 6, 41-51), o discurso de Jesus sobre Ele mesmo como pão que mata a fome do mundo.  Jesus é aquele que sacia a fome, que alimenta com o pão da eternidade. No entanto, esse Pão vivo descido dos céus não é aceito, querido. É rejeitado por ser apenas um homem simples, da região, filho de um carpinteiro. Mas, não sabiam eles, os que murmuravam, que ali falava o Filho de Deus, o Ressuscitado. Por isso, o discurso de Jesus é para aqueles que fizeram a experiência de estar com Ele. Mas quando se trata desse discurso aos seus, àqueles que já tem consciência de sua missão, Jesus não quer apenas alimentar e continuar sua missão. Mais que isso, Ele deseja, e o faz, convidar cada um para vr até Ele (v. 44), convidar a crer n'Ele (v. 47) e ai a se alimentar d'Ele (v. 51). 
   Por isso, o alimento só faz sentido, só torna-se alimento verdadeiro e perene com o cultivo da fé, com a experiência de fazer-se discípulo de Jesus e de acreditar n'Ele. O caminho do discipulado é longo, por vezes difícil, desanimador, mas é certamente o caminho da alegria, da esperança que não decepciona. Nesta Liturgia o Evangelho ilumina a Leitura Primeira (1Rs 19, 4-8) quando Elias, desanimado, senta-se debaixo do junípero e pede a morte. Quantas vezes cada cristão não se desanimou também, não pensou em distir frente aos desafios e exigências da comunidade, da família e de si mesmo! Quantas vezes o sofrimento já não bateu à porta e não se tinha respostas nem forças para enfrentar o mesmo. 
   Mas há uma esperança, talvez a única que seja de fato esperança frente ao cansaço e ao desânimo: Jesus Cristo, o Pão da vida. Aquele que diante da fome de tantas coisas, de tantos desafios, dá de comer, dá a Si mesmo como alimento para o mundo. Mas para Elias, e para muitos hoje, o Senhor envia seu anjo que o faz reanimar-se e comer porque o caminho a percorrer é longo. O Evangelho, Jesus ilumina também esse fato no sentido que Ele mesmo dá a cada um de comer para que a caminhada da vida seja mais suave, mais suportável e mais vivida na justiça, na fraternidade, na partilha, no amor. O caminho é longo, por vezes pedregoso, mas Aquele que é o Pão do céu e que o da à humanidade inteira é o alimento que faz suportar a caminhada. Mas é alimento exigente, exige resposta, uma resposta de fé, convicta e certa.
   É nesse sentido que Paulo ao escrever aos Efésios (4, 30-5,2) recomenda ser imitadores de Deus como filhos que ele ama. Só procurando imitar o Senhor, estar mais próximos d'Ele é que a vida tem sentido, é que o caminho se torna prazeroso e cheio de flores. Além de caminhar com seu povo, Ele é o sustento, o alimento. "Também sou teu povo, Senhor, e estou nesta estrada, tu és alimento da longa jornada!", lembra Pe. Zezinho. Portanto, recebendo Jesus como alimento, como Pão da vida, a missão agora é tornar-se também pão na vida dos irmãos, "Sede bons uns para com os outros, sede compassivos" (v. 32). Que seja o esforço de cada cristão olhar para Jesus, o Pão partido e repartido para os outros, e desejar, buscar, fazer-se pão, partido e repartido, para os irmãos!

Nesse domingo, recorda-se o DIA DOS PAIS. Que eles, os pais, se espelhem no grande Pai, nosso Senhor e Deus. Por Ele sejam abençoados e iluminados na árdua tarefa de amar, educar e dar a herança da fé aos seus filhos e filhas! São José, rogai por eles!

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