Pular para o conteúdo principal

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM


“Tende em vós o mesmo sentimento que existe em Jesus Cristo

Celebramos com alegria indizível o Dia da Bíblia. Encerrando o mês de setembro, mês em que nos dedicamos a uma leitura mais aprofundada da Palavra de Deus somos convidados a dizer sempre “sim” ao projeto do Pai. Mas dizê-lo com confiança, com verdade, como aqueles que obedecem a um pedido do Pai, como aqueles que querem viver conforme filhos amados.
Nesse sentido, a liturgia dessa Eucaristia nos encanta. Encanta-nos porque mais uma vez é o Senhor quem toma a iniciativa de perdoar e ser misericordioso para com aqueles que andam no caminho do erro e do pecado e, após a conversão se colocam na presença de Deus e fazem um caminho de retorno ao Pai que os ama (Ez 18,25-28). Por isso, já no Antigo Testamento existe uma permanente insistência do Senhor para que todos, justos e ímpios, não se desviem da justiça e procurem sempre o caminho que leva a ele.
Por isso é que há uma grande recomendação de Paulo (Fl 2,1-11) para que tenhamos em nós os mesmo sentimentos que existem em Jesus. É preciso aspirar sempre às boas coisas unidos no mesmo amor para que possamos refletir em nós aquilo que está em Cristo, nosso Salvador. Ele não se exaltou, mesmo sendo de condição divina. Encontrado em aspecto humano, humilhou-se, fez-se pobre, obediente até a morte e morte de cruz. Ele não buscou glórias nesse mundo, mas soube fazer a vontade do Pai. Justamente por isso, Deus o exaltou acima de tudo. Assim, diante do nome de Jesus o nosso joelho deve se dobrar porque Ele é o Senhor.
Jesus é Senhor, soube aceitar a proposta de Deus, soube cumprir a vontade do Pai. Desse modo, também nós somos chamados como os dois filhos (Mt 21,28-32). Podemos ter as mesmas atitudes: dizer “Não” e ir para a vinha ou “Sim’ e não ir. Qual dos dois foi o maior? Aquele que, mesmo dizendo não, cumpriu a ordem de Deus. É nesse sentido que Jesus termina o Evangelho dizendo que os cobradores de impostos e as prostitutas precederão a muitos no Reino dos céus. Mas por que? Porque eles quando ouviram a mensagem de conversão acreditaram, retomaram o caminho e voltaram para o Senhor. Escutaram a Palavra de Deus.
Hoje, encerrando o mês da Bíblia somos chamados a refletir sobre o nosso comportamento de homens e mulheres de fé. Será que ainda estamos vivendo da forma como o Senhor quer? Será que reconhecemos nossos limites e nos colocamos diante da misericórdia de Deus? Será que perdoamos como somos perdoados? Será que exigimos mais de nós que dos nossos irmãos? Será que ainda nos propomos a viver conforme os valores do Evangelho? Que esta nossa semana seja rica das bênçãos e graças de Deus, mas que seja também um momento de refletirmos sobre a nossa vida espiritual, sobre nossas atitudes frente ao que a Palavra de Deus nos pede. “Tende em vós mesmo o sacrifício que existe em Jesus Cristo”.

Eduardo Moreira Guimarães

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO: Introdução à eclesiologia

11.        INTRODUÇÃO O trabalho tem como objetivo resumir o livro “Introdução à Eclesiologia” de Salvador Pié-Ninot. Evidentemente não é uma tarefa simples, dado a complexidade do tema e, ao mesmo tempo, as discussões polêmicas que o mesmo está envolvido. Por exemplo: Jesus fundou a Igreja ou ela simplesmente foi aquilo que seus seguidores conseguiram oferecer? Essa e outras questões polêmicas perpassam na mente de qualquer estudante de teologia. Por isso, o resumo aqui apresentado fez questão de ser fiel ao autor nas observações, nos apontamentos e, ao mesmo tempo, na disposição dos capítulos que foram lidos e analisados. Para isso, no desenvolvimento está elaboraram-se tópicos que correspondem aos capítulos em número de 6 mais a conclusão. Assim, fala-se no estudo da história do Tratado de Eclesiologia, dos conceitos fundamentais relacionados à Igreja, de Jesus à Igreja, da Igreja primitiva e edificada pelos sacramentos, das dimensões da Igreja, da missão da Igreja e, final

ESSÊNCIA, PESSOA E SUBSTÂNCIA

I – INTRODUÇÃO             O presente trabalho apresenta uma breve definição das palavras ESSÊNCIA, PESSOA e SUBSTÂNCIA. A ordem de apresentação foi estabelecida a partir da ordem alfabética. Ao longo do texto notar-se-á que se buscou apresentar a origem do termo pesquisado, bem como a sua evolução e o que ele significa no campo teológico, mais especificamente em relação à Trindade. II – ESSÊNCIA, PESSOA, SUBSTÂNCIA             O problema inicial que permeia a definição de essência, pessoa e substância começa pelo fato de os gregos falarem de uma essência e três substâncias e os latinos de uma substância e três pessoas [1] . Sendo assim, corre-se o risco de confundir os termos e seus significados. Por isso, estudou-se apenas a concepção latina sem fazer as devidas comparações com a grega. a)       ESSÊNCIA Por esse termo é entendido, em geral, a resposta à pergunta “o quê?” [2] , por exemplo, na pergunta: ‘o que é o homem?’. A resposta, em geral, exprime a essên

A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE (Bruno Forte)

RESUMO: A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE (Bruno Forte)   1.       INTRODUÇÃO   O presente trabalho é um resumo da obra de Bruno Forte “A Igreja ícone da Trindade”. A leitura foi realizada de forma atenta e interessada tendo em vista a importância do tema. Divindade em três grandes partes, o livro apresenta a “ ECCLESIA DE TRINITATE – de onde vem a Igreja?”, a “ ECCLESIA INTER TEMPORA – o que é a Igreja? A forma trinitária da Igreja” e a “ ECCLESIA VIATORUM – para onde vai a Igreja?”. Dessa maneira, a apresentação desse resumo seguiu o mesmo esquema apresentado pelo autor. No entanto, no livro ele faz divisão de capítulos ao apresentar cada uma das três partes. Aqui, no entanto, pensou-se em apresentar em um único texto corrido a reflexão de Bruno Forte no intuito de elaborar um pensamento único que faça a conexão dos assuntos entre si, dado que todos estão inter-relacionados.   2.       A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE   Bruno Forte escreve este