A Igreja celebra desde anos os chamados ‘meses temáticos’. São aqueles meses em que celebramos especialmente a Bíblia, o Rosário, Maria, as Missões. É verdade que há algum tempo esses meses foram perdendo um pouco o sentido pelo fato de que a missão é contínua e todas as realidades da vida eclesial são vividas e anunciadas simultaneamente. Mas é fato também que ainda recorremos a várias temáticas para que, como povo de Deus a caminho do Reino definitivo, nos esforcemos em viver mais de acordo com o projeto de Deus.
Assim, celebramos em agosto o ‘Mês Vocacional’. É um mês dedicado especialmente à oração pelas vocações e também ao trabalho vocacional que procura incentivar cada cristão a viver de acordo com o projeto de Deus para a sua vida. O interessante é como saber qual o desejo de Deus para a vida de cada pessoa. Nesse sentido, a Igreja oferece neste mês uma reflexão profunda sobre as vocações.
Dessa maneira, temos na primeira semana como foco a vocação sacerdotal. São aqueles homens que se dedicam única e exclusivamente ao serviço do Reino de Deus. Deixam casa, pai, mãe, irmãos e amigos para estarem completamente a serviço da Igreja de Deus. São homens que após um encontro pessoal com Jesus Cristo fazem a experiência que fizeram os primeiros discípulos de Jesus ao conviverem com ele, ao ouvirem-no e ao permanecer sempre com o Mestre aprendendo com ele a curar os corações feridos, a amar, a acolher e a estar inteiramente disponível ao Pai e aos irmãos numa comunidade paroquial. Este é um convite da Igreja. É uma vocação. Você já pensou em ser padre? Ou você já pensou em promover as vocações sacerdotais em sua comunidade? Ou ainda, você reza pelas vocações?
Destaque também é dado na Igreja para a vocação da família. Prova disso é que a segunda semana do mês de agosto tem como tema a família. Inclusive é o momento em que vivemos no Brasil a Semana Nacional da Família que este ano tem como tema: “Família, pessoa e sociedade”. É uma vocação tão bonita quanto a sacerdotal. Nos tempos em que vivemos a família sofre muito, está tão ameaçada! É preciso aderir à nossa vocação de pais e filhos, de educadores e educandos na fé e na vida, de participantes da comunidade e da sociedade enquanto pessoas de responsabilidade pela Igreja e pelo mundo em que estamos inseridos e somos capazes de transformar. É momento em que podemos refletir sobre os nossos comportamentos familiares e nossos comportamentos no que tange à defesa da família e à seus princípios básicos e invioláveis. Ser família é também ser vocação. Você já pensou em constituir uma família segundo a vontade de Deus? Você valoriza sua família como presente de Deus? Você já pensou em ser um pai, uma mãe, um (a) filho (a) segundo a Família de Nazaré? Você reza pela família?
Também a vida religiosa é uma vocação na Igreja. É justamente a tantos homens e mulheres que dedicam sua vida exclusivamente a Deus e ao próximo vivendo em comunidade que a terceira semana de agosto visa apresentar. São homens e mulheres totalmente despojados do mundo e de si mesmos. Que não têm morada ou serviço fixo, mas que estão totalmente disponíveis às necessidades da Igreja. Que optaram por viver radicalmente a pobreza, a castidade e a obediência; que sentiram no coração o ardente desejo de encontrar Jesus Cristo nos mais simples, nos pobres e abandonados. São aqueles que levam apenas a si mesmos, mais nada! Esta também é uma vocação! Você já pensou em ser religioso? Já pensou em andar pelo mundo levando o Evangelho a todos os lugares da terra? Você reza pelos religiosos (as), missionários (as)?
Também a Igreja reconhece que os fiéis engajados na vida eclesial, nas comunidades de base, nos movimentos, nos grupos de reflexão, nas pastorais têm uma vocação bonita e de indiscutível importância na Igreja. É por isso que o mês vocacional termina lembrando tais pessoas. São aqueles homens e mulheres, e portanto cada um de nós, que estamos nas nossas casas, no trabalho, na universidade, e podemos evangelizar nesses mesmos lugares. Somos nós que participamos ativamente da vida da comunidade e que nos dispomos em oferecer um tempo da nossa vida para o serviço da Igreja nas suas diversas necessidades. E aí? Você já pensou em ser uma pessoa mais participativa na comunidade? Ainda não participa? Jesus é quem te chama e espera por você! Você reza por tantas crianças, jovens, homens e mulheres, idosos de boa vontade que se dedicam diariamente pela causa de Jesus?
Todas essas ‘modalidades de vocações’, se é que podemos chamar assim, apresentadas a nós procuram responder qual a vontade de Deus na nossa vida. Com certeza, em alguma delas nós nos identificamos e encontramos nosso lugar. Já decidiu qual a sua vocação? Qual o chamado que Deus fez lá no interior de você mesmo, na sua intimidade? E a sua resposta qual é?
Jesus chamou doze (Mt 10, 1-4) para realizar os mesmos feitos que ele realizava. Enviou-os em missão (Mt 10, 5-10) para todos os lugares do mundo. Portanto, em qualquer vocação que você se encontre uma coisa é certa: aquele que chamou é fiel. É preciso coragem para fazer como Jesus, ou seja, amar acima de tudo. E para isso poucas coisas são necessárias. Apenas a vontade de amar! Nada de duas túnicas, ouro, prata, sacola, bastão. Apenas a vontade de amar! E não procuremos muitas coisas, grandes maravilhas, mas sempre aquelas ovelhas perdidas que precisam ser reencontradas, afinal somos vocacionados para curar os corações feridos amando-os!!!
Eduardo Moreira Guimarães
6º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR
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