“Abraçar os bens que não passam”
Domingo, dia do Senhor, dia da comunidade se encontrar com Deus e com os irmãos. Dia de ir à casa do nosso Deus. A liturgia desse final de semana coloca-nos, mais uma vez, em sintonia com a temática do Reino de Deus. É esse Reino que somos chamados a construir desde já. É esse Reino das coisas que não passam, que não tem fim que Jesus viveu e ensinou-nos a viver enquanto esteve entre nós.
Inicialmente devemos ver a honestidade de Salomão e de sua oração a Deus (1Rs 3,5.7-12). O Senhor aparece a Salomão em sonho e oferece-lhe o que ele pedir. Bonito que Salomão pede um coração compreensivo capaz de governar o povo e de discernir entre o bem e o mal. Que coisa mais bela! A simplicidade de um homem que poderia receber tudo de Deus, pede um coração bom e o dom do discernimento para servir melhor ao povo. É isso que a liturgia nos pede hoje: a oração ao nosso Deus que é capaz de mudar o nosso coração e tornar-nos mais abertos à proposta do Reino.
Assim, no Evangelho (MT 13,44-52) Jesus fala que o Reino de Deus é semelhante a um homem que encontra um tesouro, o mantém escondido e vende todos os bens para poder comprá-lo. É semelhante a um comprador que procura pérolas preciosas e quando encontra vende tudo para comprar. É semelhante ainda a uma rede lançada no mar e que apanha peixes de todo o tipo. O que Jesus quer ao nos falar tanto do seu Reino? Que nós percebamos que ele está aqui, ali e em todo lugar. Perto e longe de nós, entre as pessoas que amamos e entre aquelas que ainda não amamos bastante. O Reino de Deus está entre nós e nós fazemos parte desse Reino. Agora, Jesus também exige que a nossa vida seja uma vida conforme aqueles que são do Reino. Por isso, nesse mundo que ainda procura tanto as coisas que passam, que são descartáveis, nós somos convidados a mostrar que os bens que não passam nos dão a alegria também sem fim. É pelo nosso testemunho que o Reino de Deus pode abranger sempre mais pessoas. É importante perceber que o Reino não se faz, como insiste Jesus, com grandes eventos e maravilhosas e gloriosas aparências, mas com a simplicidade cotidiana que é capaz de tocar corações e transformar vidas.
É nesse sentido que São Paulo (Rm 8,28-30) afirma que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus. Sim! Tudo contribui para aqueles que estão despojados de si mesmos e que se lançam à vivência e ao anúncio do Reino.
Que Maria, a mulher simples de Nazaré, ajude-nos a abraçar os bens que não passam, mas que nos conduzem à vida eterna junto do nosso Deus!
Eduardo Moreira Guimarães
6º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR
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