Olhar para a história e perceber os avanços, os progressos e as conquistas do homem é poder se orgulhar da capacidade racional do ser humano e da sua capacidade criativa. Se pensarmos um pouco em relação a dez ou vinte anos atrás sobre comunicação possivelmente virá à nossa mente alguns meios que se utilizava para comunicar que hoje praticamente perderam espaço na sociedade contemporânea. Exemplo disso são os ‘bancos’ em frente às residências que encontrávamos nas pequenas cidades do nosso país onde pessoas se encontravam, falavam dos assuntos corriqueiros da vida, lamentavam e se alegravam. Podemos pensar também no jornal impresso ou nos noticiários da televisão. Quantos paravam para assistir aos jornais ou para comprar um jornal no sinaleiro. Lembremo-nos ainda das livrarias, das bancas de revista ou jornal. Quantos não encontrávamos lá para ver as ‘novidades’.
O certo é que este cenário já não existe mais em muitos lugares. Tudo isso, evidentemente, está relacionado com o surgimento do computador e da internet. Hoje não há mais ‘bancos nas praças’ (ou se existem ficam vazios), nem tempo para ler ou assistir a um jornal, muito menos de ir à ‘banca’ para comprar um. Tudo está disponível virtualmente em praticamente todos os lugares e em todos os horários que eu quiser. Ou seja, tudo o que acontece à minha volta e no mundo todo está diante de mim. Basta ‘clicar’ e o mundo abre-se à minha frente. Estamos cada vez mais conectados nas chamadas ‘redes sociais’ trocando informações, novidades, fotos. Muitos estão conhecendo o mundo, os lugares que sempre sonharam sem sair do próprio quarto.
Tudo isso é muito bom porque nos remete à comodidade de se viver hoje. Porém, quero destacar a importância da mídia virtual nos tempos em que vivemos. É bem verdade que atualmente fala-se muito e de tudo. Qualquer assunto do meu interesse está a minha disposição a qualquer hora, inclusive enquanto escrevo este texto. O problema é que parece que estamos filtrando pouco as informações que chegam a nós e aos nossos filhos, por exemplo. Em um tempo onde todos falam é preciso saber o que falar e como falar. Ao mesmo tempo, é necessário ouvir mais para que não joguemos tudo que se nos apresenta dentro de nós e nos tornemos um grande ‘lixão’. Afinal, quando precisarmos procurar algo de grande valor talvez não encontremos.
Por isso é preciso perguntar sempre como estamos nos comunicando. O que estamos fazendo com os meios, as ‘redes sociais’ das quais participamos. Porque tudo isso, tudo que temos à nossa disposição pode nos ajudar a ser melhores, a vencer na vida, a alcançarmos o sonho desejado desde crianças e a conquistar um futuro melhor para nós mesmos. Entretanto, tudo pode levar-nos também ao engano, à falsidade, a identidades falsas e ao des – compromisso; primeiro conosco mesmo, depois com os outros. É verdade que vivemos em uma época em que se fala muito da importância de nos unirmos enquanto habitantes deste grande planeta ‘Terra’ para preservá-lo, para que ele não morra como nós morremos. É verdade ainda que, enquanto estivermos divididos, muitos iguais a nós estarão sofrendo aqui, ali ou lá ‘do outro lado do mundo’. Isso acontece já agora.
Todos temos acompanhado as notícias, as crises econômicas, o desemprego, a miséria e a fome, os desastres causados pelas chuvas. Tudo isso pode ser evitado, ou pelo menos diminuído, quando nos unirmos para que todos tenhamos mais responsabilidade sobre o que é de todos, o nosso planeta.
Arrisco-me a dizer que o mesmo acontece com os meios de comunicação, com as ‘redes sociais’. Ali, ou melhor aqui, também é um lugar onde temos que estar sempre atentos para que os conteúdos promovam a vida, a felicidade, o bem estar, o prazer e o lazer. Aqui também é preciso seriedade, responsabilidade para que o que nós somos transpareça naquilo que falamos, nos ambientes virtuais que freqüentamos, nas pessoas que por esses meios conhecemos e com as quais nos relacionamos. Urge entre nós uma maior conscientização e desejo de fazer da comunicação o bem mais precioso que temos, afinal somos seres que vivem em comunidade, que estabelecem constantemente relações interpessoais.
Eduardo Moreira Guimarães
6º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio - PR
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