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FOME E MORTE NA SOMÁLIA



Tenho acompanhado, mesmo que perifericamente, as últimas notícias (inclusive muito preocupantes) sobre a questão da seca na Somália e as conseqüências que tem causado à sua população. Despertou-me muita atenção as reportagens que tenho visto sobre o assunto. Nesse sentido, é possível perceber duas ações nesta questão Somália: de um lado atitudes que parecem favorecer a fome e a morte, de outro atitudes que revelam a grande responsabilidade de todos os seres humanos em ajudar-se mutuamente.
É verdade que o mundo tem vivido um tempo difícil; falando mais claramente a crise econômica européia e americana tem produzido muitos efeitos catastróficos em várias partes do planeta. Aqui no Brasil já percebemos tais efeitos na queda da Bolsa de Valor brasileira, inclusive a maior queda do mundo -5,72% (na sexta-feira 05/08/2011). A Europa tentando se livrar da crise, os EUA do calote. É nesse contexto que a Somália sofre com a fome e a morte.
Segundo os jornais do nosso país, cerca de 29 mil crianças, menores de cinco anos, morreram de fome nos últimos três meses segundo um estimativa do governo dos EUA. Isso se deve a vários fatores. Um deles é a seca que atinge o país causando uma desnutrição nas crianças. Seca que vai se alastrando por todo país. É uma das piores secas em 60 anos, afirmam os meios de comunicação.
Outro problema enfrentado é a questão política. O país sofre porque sua região sul é controlada por um grupo extremista Al Shabab que nega o surto de fome no país e, segundo informações, está impedindo a entrada no país de ajuda humanitária ocidental. Esse é um problema difícil de resolver porque ultrapassa o desejo de ajudar e passa a ser inclusive decisão política, acordos a serem realizados entre os vários países e a ONU.
Contrariamente a esta situação são as iniciativas que muitas nações vêm fazendo em favor do povo da Somália. Destaco a atitude da secretária de Estado americana, Hillery Clinton, que fez um apelo aos militantes islâmicos baseados na Somália que permitam a entrada de ajuda no país. Isso sinaliza que nem tudo está perdido, mas que existem alternativas para uma ajuda entre os países (que podem até ter outros objetivos) mas inicialmente parecem-me de valiosa importância.
Merece destaque também o auxílio que a Cruz Vermelha tem dado e também o MSF (Médicos Sem Fronteiras). São organizações que têm se mobilizado para ajudar tantas pessoas que sofrem e que estão vendo seus filhos morrerem por falta de alimento.
Todas essas iniciativas para uma colaboração com aqueles que estão sofrendo nos fazem pensar que nós, enquanto pessoas que vivemos uns com os outros, em sociedade, temos dentro de nós valores que colocam a vida como bem supremo e que, portanto, deve ser preservada. Parabéns a todos que já estão contribuindo com as campanhas de arrecadação para ajuda à Somália e permanece o convite para que todos nos mobilizemos em mais uma atitude de amor, carinho e esperança para quem precisa da nossa gentil colaboração.

Eduardo Moreira Guimarães
6º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR

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