Um dia desses estava vindo pra casa de circular quando um fato comum na cidade aconteceu. Uma pessoa entrou no ônibus para pedir ajuda para uma clínica de recuperação de drogados X. Até aqui tudo tranqüilo, afinal não era a primeira vez que isso acontecia. Porém, o que mais me chamou a atenção foi o discurso de quem pedia o auxílio. Distribuiu uma caneta para todos os passageiros e dizia algumas palavras muito bonitas e comoventes.
No entanto, uma coisa que falou comprometeu todo o discurso e aquele fato cotidiano do qual eu era um espectador. Dizia alguma coisa assim: “O nosso objetivo aqui nem é tanto receber ajuda, mas encontrar dentro do circular alguém que precise de ajuda”. Inicialmente achei interessantíssima a proposta. Que vontade de ajudar! Mas no banco à minha frente havia um jovem que se interessou pelo tratamento (ao menos pareceu interessar-se). Quando a pessoa que pedia ajuda chegou para receber a contribuição desse jovem (que inclusive contribuiu), o jovem perguntou: “Moço, o senhor já se recuperou lá ou tá só ajudando?”. Sabe qual foi a resposta? A pessoa da instituição simplesmente se fez de desentendido e virou-se conversando com outras pessoas. No mesmo instante pensei: “Poxa, mas ele não disse que o objetivo primeiro era ajudar quem precisasse por recuperação!?! Há algo de errado nisso”. De fato é preciso ajudar sempre, mas ajudar a quem vai ajudar também.
Foi esse fato não tão comum que me sucedeu e despertou em mim o interesse de escrevê-lo e partilhá-lo com você. Em Maringá temos (se não me engano) sete casas de recuperação para dependentes químicos. Cinco delas são mantidas com o auxílio de fiéis da Igreja Católica, tão massacrada por muitos hoje. Qualquer um pode ir visitá-las que será muito bem recebido. Essas instituições não fazem esse trabalho no circular nem na praça pública. Fazem um trabalho de pequenas formiguinhas que diariamente labutam para salvar vidas.
Ajude quem você tem certeza que ajudará os outros. Ajude para ajudar alguém que realmente necessite. Ajude quem está perto de você. E a todos que trabalham no silêncio das casas de recuperação muita força, luz e coragem. Nunca faltará a vocês a presença do Salvador que dá a vida em abundância, em plenitude.
Eduardo Moreira Guimarães
6º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR
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