Pular para o conteúdo principal

PERMANEÇAMOS FIRMES NA FÉ QUE PROFESSAMOS!


REFLEXÕES DE UM INICIANTE...

Hoje, para o povo cristão, é dia de tristeza, de penitência, de jejum, de abstinência. O seu Senhor fora tirado. É dia grande temor, pois aquele que veio para os que eram seus, mas estes não o aceitaram, passou pelo vale da morte. Contemplando suas dores recordamos que o sofrimento do Cristo continua cada vez que um irmão sofre, afinal, “onde sofre o meu irmão, eu estou sofrendo nele”.
A celebração de hoje recorda-nos o momento da Paixão e Morte do Senhor. Num clima de profundo pesar colocamo-nos ao lado daquele que tudo fez para a nossa salvação e para que tivéssemos vida, e vida em abundância.
A primeira leitura (Is 52,13-53,12) lembra-nos o servo sofredor, humilhado, despojado de tudo, desfigurado que nem parecia homem ou possuía aspecto humano. Mas entre esses horrores surge a verdade: “ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores”. Jesus amou-nos a tal ponto que entregou-se totalmente por causa de cada um de nós, por causa de nossos pecados e de nossa infidelidade ao projeto do Pai. Jesus tornou-se um de nós para mostrar-nos o caminho da santificação e da vida, vida que conduz aos céus. E Jesus, vendo nosso sofrimento e nossas cruzes de cada dia, tomou-os sobre si. salvou-nos, libertou-nos. Morreu para que nós vivêssemos.
Nesse sentido, a segunda leitura (Hb 4,14-16;5,7-9) impele-nos: “Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos”. Diante da tragédia da morte de Jesus, somos convocados a permanecer firmes à fé que professamos. A mantermo-nos fiéis à verdade em que acreditamos. É Deus feito homem e padecendo numa cruz quem nos encoraja a permanecer fiéis até o fim, a testemunhar o sofrimento que gera redenção, libertação.
É esse Jesus, que do alto da cruz entrega o seu espírito (Jo 18,1-19,42). Que consuma todo aquele sofrimento e que do peito aberto corre sangue e água. É no sofrimento de Jesus, na sua Paixão e Morte que encontramos respostas para as nossa lutas e desafios cotidianos. É na entrega total e sem reservas do Filho de Deus que entendemos o sofrimento que não vem de Deus, mas pode e deve transformar-se em caminho para Deus. É purificação, é fonte de santificação. É na dor que Jesus salva a cada um de nós e é na dor que podemos mostrar o quanto o nosso Deus é poderoso e forte, pois no que era mais desprezível ele manifestou-se e libertou a humanidade inteira: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo: vinde adoremos!”.

Eduardo Moreira Guimarães
5º Período de Filosofia
Diocese de Cornélio Procópio – PR

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO: Introdução à eclesiologia

11.        INTRODUÇÃO O trabalho tem como objetivo resumir o livro “Introdução à Eclesiologia” de Salvador Pié-Ninot. Evidentemente não é uma tarefa simples, dado a complexidade do tema e, ao mesmo tempo, as discussões polêmicas que o mesmo está envolvido. Por exemplo: Jesus fundou a Igreja ou ela simplesmente foi aquilo que seus seguidores conseguiram oferecer? Essa e outras questões polêmicas perpassam na mente de qualquer estudante de teologia. Por isso, o resumo aqui apresentado fez questão de ser fiel ao autor nas observações, nos apontamentos e, ao mesmo tempo, na disposição dos capítulos que foram lidos e analisados. Para isso, no desenvolvimento está elaboraram-se tópicos que correspondem aos capítulos em número de 6 mais a conclusão. Assim, fala-se no estudo da história do Tratado de Eclesiologia, dos conceitos fundamentais relacionados à Igreja, de Jesus à Igreja, da Igreja primitiva e edificada pelos sacramentos, das dimensões da Igreja, da missão...

O CALVÁRIO E AMISSA: reflexões sobre o Calvário e a Missa

Há alguns meses um amigo apresentou-me um texto do Arcebispo Fulton J. Sheen. Eu não conhecia sua biografia nem sua obra. À primeira vista, interessei-me muito pelo texto que falava da importância da Adoração Eucarística para a vida ministerial do Sacerdote. Mais tarde, encontrei-me com um pequeno livro do mesmo autor “O Calvário e a Missa: reflexões sobre o Calvário e Santa Missa” [1] e tive a oportunidade de, mais uma vez, saborear as belas e profundas palavras desse Arcebispo que está em processo de beatificação. Após essa última leitura, compartilho com os amigos algumas ideias colhidas no escrito pelo meu fichamento. A tradução que tenho em mãos lança já na ‘folha de rosto’ do livro essa frase de São Francisco de Sales - “O monte Calvário é o monte dos amantes”. Essa afirmação é muito verdadeira dado que identificamos na vida dos santos um amor incondicional ao Crucificado e, muitas vezes, a total identificação com Seu sofrimento na Cruz. Fulton Sheen diz que “o ato m...

ESSÊNCIA, PESSOA E SUBSTÂNCIA

I – INTRODUÇÃO             O presente trabalho apresenta uma breve definição das palavras ESSÊNCIA, PESSOA e SUBSTÂNCIA. A ordem de apresentação foi estabelecida a partir da ordem alfabética. Ao longo do texto notar-se-á que se buscou apresentar a origem do termo pesquisado, bem como a sua evolução e o que ele significa no campo teológico, mais especificamente em relação à Trindade. II – ESSÊNCIA, PESSOA, SUBSTÂNCIA             O problema inicial que permeia a definição de essência, pessoa e substância começa pelo fato de os gregos falarem de uma essência e três substâncias e os latinos de uma substância e três pessoas [1] . Sendo assim, corre-se o risco de confundir os termos e seus significados. Por isso, estudou-se apenas a concepção latina sem fazer as devidas comparações com a grega. a)       ESSÊNCIA Por esse termo é entendi...