"DAI À VOSA IGREJA, QUE ESPERA E DESEJA, VOSSOS SETE DONS"
Neste domingo, celebramos a Solenidade de Pentecostes. Festa que acontece, segundo Lucas (nos Atos dos Apóstolos), 50 dias após a Páscoa do Senhor. Na Igreja, com essa solenidade, encerra-se o Tempo Pascal. Por isso, é um momento importante na caminhada dos filhos e filhas de Deus na Igreja, porque momento em que o Senhor Jesus envia seu Espírito sobre os seus seguidores para que os mesmos dêem continuidade ao seu trabalho.
A Liturgia da palavra de hoje é muito rica e interessante, por sinal. A Primeira Leitura, dos Atos dos Apóstolos (2, 1-11) narra o acontecimento de Pentecostes. Para o escritor desse Livro Sagrado, a descida do Espírito de Deus sobre a comunidade reunida se dá 50 dias após a Páscoa, como se disse anteriormente. Estando fechados, por medo, em uma casa onde se encontravam. O mais interessante é que o autor, Lucas, procura enfatizar que haviam pessoas de todos os cantos da terra e que todos entendiam a mensagem em sua própria língua. Já aqui se vê a universalidade da mensagem de Jesus e de sua Igreja. Importante ainda é que Jesus não permite que os discípulos fiquem fechados, mas enche-os do Espírito Santo para que eles possam ir e anunciar as maravilhas de Deus.
O Evangelho (Jo 20, 19-23) segue o mesmo esquema da Primeira Leitura no sentido de narrar a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, mas de modo diferente. João faz questão de enfatizar que tudo isso aconteceu no mesmo dia, daquele dia. Qual dia? O dia da Ressurreição do Senhor. Jesus entra, mesmo estando as portas fechadas, e deseja a paz a todos que lá se encontravam. E os discípulos se alegraram ao verem o Senhor.Mas o mais importante é que Jesus os envia em missão. Afinal, como o Pai O enviou, também naquela hora Ele os enviava para anunciarem a Boa Nova. E Jesus, então, soprou sobre eles o Espírito Santo e conferiu-lhes o poder de perdoar os pecados.
Certamente todas essas narrativas, essa Palavra que é de Deus, tem muito a dizer aos cristãos desse tempo. Ainda hoje, ou sobretudo nesse tempo, urge a necessidade de não ficar fechado, com medo, mas de proclamar as maravilhas e grandezas de Deus na vida da comunidade. Nesse sentido, Paulo (1Cor 12, 3-7.12-13) tem muito a ensinar. Ele escreve aos Coríntios e diz que existem muitos dons, muitos carismas e ministérios, mas um só é o batismo, uma só a fé e, portanto, um só o Senhor e Deus. Isso ajuda a compreender que na vida da Igreja todos são chamados a viver com entusiasmo a própria fé e a concretizá-la com seus dons, talentos, alegrias e também com a partilha de experiências de dificuldade. Tudo deve ser feito em vista do bem comum. De igual modo, todos os cristãos formam um só corpo, tendo como cabeça o próprio Jesus.
Que esta unidade de homens e mulheres de boa vontade que deve ser a Igreja de Jesus inspire a continuação da vocação da vida eclesial de ouvir, acolher, testemunhar e anunciar a Palavra de Deus e o amor de Jesus pela humanidade inteira. Além disso, que na força e coragem do Espírito, derramado hoje sobre a Igreja, o próprio Cristo seja presença e ânimo na vida de cada comunidade e da Igreja toda!
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