Esta reflexão quer ser uma contribuuição à celebração litúrgica, nas suas mais variadas formas Eucaristia - Palavra - Oração, para que a vida litúrgica do povo de Deus seja melhor vivenciada antes, durante e após a liturgia celebrada como tal. Nesse sentido, o que primeiro é necessário salientar é que a Liturgia é também uma ação, ação da Igreja que ora, que faz o encontro com seu Senhor, com o Mistério de sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição.
Sendo assim, a liturgia expressa o "Ser" mesmo da Igreja, sua função e missão no mundo, ou seja, a atualização real através de símbolos, gestos e palavras da presença de Cristo na Igreja. Por isso, a ação litúrgica é contemplada com uma linguagem e um jeito de celebrar todo especiais, porque manifestam a presença de Deus na comunidade, além de ser um ato de louvor, ação de graças e reconhecimento ao Senhor.
A ação litúrgica é, então, momento de entrar em sintonia com o Senhor do jeito que a comunidade é, vive, caminha tendo sempre como referência o que a Igreja ensina e propõe como estrada a ser percorrida e meta a ser alcançada. É assim que tem sentido a manifestação da liturgia na vida cotidiana do cristão. A ação litúrgica não é algo dissociado da vida da pessoa, mas totalmente encarnada na vida e na história humanas.
Nessa perspectiva, a cultura, o ambiente social, bem como o ambiente celebrativo são muito importantes, tendo em vista que a liturgia revela a fonte (Mistério de Cristo) e o ápice (Já e ainda não) da vida da Igreja. É assim ainda que a liturgia pode ser vivida anteriormente ao ato litúrgico pelo testemunho, anúncio e catequese da Palavra de Deus; durante, com a participação ativa da assembléia orante que entra em contato com o Senhor e depois, com o serviço à humanidade, particularmente na pessoa dos mais pobres e excluídos da sociedade.
Finalmente, a ação litúrgica, ou pastoral, é essencialmente oração. É a Igreja em comunhão que reza ao Pai para que a salvação encontre a todos preparados e também para que a comunhão manifesta na Igreja seja realidade na vida diária pela preocupação com o lugar e a situação de tantos e tantas, homens e mulheres, que cotidianamente sofrem e estão à margem do mundo. Assim, a oração litúrgica, oração comunitária procura não fechar em si o Evangelho, mas fazer com que ele saia, vá ao encontro das pessoas, seja apresentado, cabendo a cada um a opção livre pelo projeto/sonho do Reino de Deus.
*Texto elaborado a partir de: BRIGHENTI, Agenor. A pastoral dá o que pensar: a inteligência da prática transformadora da fé. São Paulo: Paulinas; Valência: Siquem, 2006. p. 107-126.
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