"Dado que foi o primeiro a amar-nos (cf. 1Jo 4,10), agora o amor já não é apenas um 'mandamento', mas é a RESPOSTA AO DOM DO AMOR COM QUE DEUS VEM AO NOSSO ENCONTRO"
Terminei de ler, a pouco, a primeira Encíclica de Bento XVI, "Deus caritas est". Além das diversas ideias que o Pontífice desenvolve ao longo de seu escrito, creio que o mais bonito e confortante é a reflexão do amor como resposta ao amor de Deus, Ele que nos amou por primeiro.
Nesse sentido, o Papa Bento XVI faz um percurso interessantíssimo ao longo da carta, desembocando na função social, comunitária desse amor. O Santo Padre, já desde a introdução insere seu leitor na perspectiva do amor enquanto resposta e encontro com uma pessoa que pode dar um rumo decisivo na vida, transformá-la, Jesus Cristo. Por isso, enfatiza, o início do ser cristão não é uma decisão, mas um acontecimento de encontro, de amor, de entrega.
E assim, prossegue desenvolvendo o tema do amor, sobretudo na perspectica do AGAPE e do EROS. Evidentemente aponta a descredibilidade que essa palavra tem nos tempos atuais, e como seu sentido ficou depreciado, quiçá vazio.
Depois apresenta a diferença entre EROS e AGAPE concluindo que os dois se completam e que o EROS se purifica estando ao lado do AGAPE. Também mostra que a Bíblia sempre apresentou o amor de Deus pelos homens, pelo mundo, desde a criação. E esse amor desemboca no envio do próprio Filho pra salvar a humanidade inteira. É o LOGOS, o amor de Deus encarnado que exige, prossegue o Papa, o amor entre os irmãos. Portanto, é amor exigente que espera resposta, compromisso com o outro, consigo - "O amor nunca está 'concluído' e completado; transforma-se ao longo da vida, amadurece e, por isso memso, permanece sempre fiel a si mesmo", n. 17.
Finalmente Bento XVI conclui sua carta apresentando a prática do amor pela Igreja enquanto comunidade de amor. Nessa segunda parte, enfatiza qual o papel da Igreja na sociedade, inclusive como lugar do amor, que deve se mostrar caridade. A caridade é manifestação do amor da Trindade, mas caridade enquanto auxílio, ajuda ao outro, ao necessitado, ficando evidente que a Igreja não deseja e não é sua função fazer aquilo que cabe ao Estado. Nesse sentido, a caridade da Igreja está a serviço da justiça, da fraternidade e do bem comum entre todas as pessoas. E evidentemente apresenta as ações e organizações que a Igreja dispõe para o auxílio dos que sofrem. E não são poucas.
O fato é que a Encíclica merece uma leitura atenta e amorosa, afinal, DEUS CARITAS EST...
O fato é que a Encíclica merece uma leitura atenta e amorosa, afinal, DEUS CARITAS EST...
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