O Concílio
Ecumênico Vaticano II (1962-1965) foi a reunião dos Bispos e representantes
religiosos de todo o mundo em vista de uma renovação (agiornamento) da fé. Como resultado desse grande encontro eclesial,
foi elaborado o documento “Compêndio do Vaticano II” que consta de quatro
constituições, oito decretos e três declarações.
Nesse sentido,
para nós cristãos, é necessário conhecer sobre a Igreja, sobre a vida de
comunidade, tendo em vista que nossa fé é comunhão com Deus e com os irmãos. E
é, justamente, a Constituição Dogmática Lumen
Gentium que discorre sobre a Igreja.
Dividida em
oito capítulos, a Lumen Gentium quer
mostrar aos fiéis o mistério da Igreja. “A Igreja é em Cristo como que o sacramento
ou o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo gênero
humano” (n. 1). Ela é uma instituição divina, preparada na história do povo de
Israel, fundada pelo próprio Jesus Cristo e manifestada a nós pela efusão do
Espírito Santo. É o Povo de Deus que tem por cabeça Cristo e por condição a
dignidade e a liberdade dos filhos e filhas de Deus.
Por isso
mesmo, a Igreja é sinal de unidade e necessária para a salvação (n. 14). Por
isso, faz suas as palavras de Paulo: “Ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,
16). Desse modo, é tarefa primordial dos cristãos abraçar e disseminar a fé
para que guiar os corações transviados e perdido e, ao mesmo tempo, para que
tudo de bom que exista no ser humano seja elevado e aperfeiçoado para a glória
de Deus.
A comunidade
eclesial é ainda comunidade hierárquica onde cada membro deste grande corpo é
chamado a desempenhar a sua vocação. Jesus quando fundou a Igreja chamou e enviou
os Apóstolos. Do mesmo modo, a Igreja continua a Tradição da ‘imposição das
mãos’ para que continue sendo guiada pelos escolhidos por Jesus para o
ministério ordenado. Entre eles estão o Santo Padre, os Bispos e os Presbíteros
como cooperadores da missão do Bispo.
Dentre os
vários ministérios, os leigos têm papel de destaque na comunidade Igreja. Devem
contribuir para a santificação do mundo, manifestar e dar testemunho de Cristo
nos lugares em que vivem. Através do Batismo e da Confirmação, os leigos podem
fazer com que a Igreja chegue a lugares, os mais diversos, como sal da terra. Precisam
levar a fé aos ambientes mais diversificados com a alegria daqueles que
estiveram com o Mestre Jesus e que acolheram o seu mandato de fazer discípulos
todos os povos!
Nesse sentido,
todos nós – Igreja – somos chamados à santidade, a guardar e aperfeiçoar os
dons que recebemos ao tornarmo-nos filhos e filhas de Deus. Para alcançar a
santidade, a vida de oração, a leitura e meditação da Palavra de Deus, a
vivência em comunidade, a prática do amor e da fraternidade são indispensáveis.
É anunciar os conselhos evangélicos fervorosamente testemunhados pelos
religiosos e religiosas. É, enfim, perceber que a Igreja não caminha sozinha,
mas é guiada por Deus no sentido de que a sua missão só estará consumada na
glória celeste, quando chegar o tempo da “restauração de todas as coisas” (At
3, 21).
Para que cada
um de nós desempenhe com alegria e amor o chamado de Jesus dirigido a nós,
devemos contar sempre com a poderosa e válida intercessão de Maria, Mãe de Deus
e da Igreja. Ela que esteve com os Apóstolos no dia de Pentecostes (At 1, 14)
permanece continuamente com aqueles que seguem seu filho Jesus. “Assunta aos
céus, não abandonou este salvífico múnus, mas por sua multíplice intercessão
prossegue em garantir-nos os dons da salvação eterna” (n. 62).
Seja o conhecimento da nossa fé alimento para a
caminhada eclesial a partir da evangélica opção pelos pobres, à luz da Palavra
de Deus e da participação na vida sacramental. Que nas nossas comunidades Deus
se faça presente e encoraje-nos a ser pequenos luzeiros a apontar para a grande
Luz das gentes: Cristo Jesus.
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