Comemoramos neste ano, nestes dias, os 80 anos da imagem do Cristo Redentor, ícone do Rio de Janeiro e também de todo o Brasil. Uma das grandes maravilhas do mundo, símbolo da união e da fé do povo brasileiro. Sempre de braços abertos, acolhe todos os que chegam para visitar nosso país acolhendo também cada brasileiro nas suas lutas diárias e nas dificuldades da vida.
Celebrar o aniversário do Cristo Redentor é momento de refletir sobre alguns aspectos que parecem dar razão a tal monumento. É bem verdade que é um monumento ousado tanto por sua beleza quanto por sua localização. Todos os que estiveram no Rio de Janeiro provavelmente sentiram-se emocionados quando olharam para o alto e viram aquela belíssima imagem olhando e contemplando a cada um. Mais emoção ainda para todos aqueles que foram até seus pés, que rezaram na Capela que lá existe, que daquele alto olharam a ‘Cidade Maravilhosa’, que sentiram no Cristo Redentor que parece Deus ficar mais perto de nós.
Nesse sentido é de mister importância perceber que aquela imagem é símbolo de uma fé. E esta fé é católica, apostólica, romana. Com isso não pretendo desmerecer nenhuma outra confissão religiosa, mas quero simplesmente lembrar a todos nós brasileiros que a nossa origem é cristã e que há muito perdemos os valores mais importantes que o cristianismo nos ensinou. Infelizmente vivemos em uma época que a palavra Jesus Cristo parece não fazer muita diferença em nossas vidas fora dos ambientes religiosos. Vemos, cada vez mais, um descompromisso com os outros, um individualismo, egocentrismo e um esquecimento dos valores que Aquele Cristo lá nos ensinou.
É preciso refletir também sobre a sua importância artística e histórica. O Brasil é um país imensamente rico em belezas históricas. Se andamos de norte a sul nesta nação, em todos os lugares que formos lá existirão monumentos históricos que retratam a cultura do nosso povo. Não é diferente com o Cristo Redentor. Ele representa algo. Ele representa um povo. Ele nos representa. Quando se chega ao Brasil pelo Rio de Janeiro, certamente se pode ter a certeza que todos os brasileiros estarão, como o Cristo, recebendo todos os visitantes de braços abertos. Não é por acaso que ele foi escolhido como uma das maravilhas do mundo. O Cristo nos fala alguma coisa, fala de nós e fala em nós. Fala das nossas alegrias, mas fala também dos nossos sofrimentos. Fala das riquezas do Brasil, mas fala também da corrupção, do tráfico, da violência, dos males que afligem a nossa sociedade. Infelizmente muito poucos ouvem a sua voz.
Finalmente, o Cristo mais que tudo isso fala de um único rosto: O ROSTO BRASILEIRO . É aquele monumento que nos mostra como é necessário viver se quisermos nos manter uma nação tão rica de valores e culturas, de tantos homens e mulheres de boa vontade. Entre nós não pode haver diferença, discriminação, mas sim a união que é o projeto daquele que lá está no alto do Corcovado de braços abertos a nos acolher. Por isso, ao comemorar os 80 anos do Cristo comemoremos também a nossa vitória. Que consigamos ver naquele rosto o nosso rosto, naquele alto as virtudes necessárias que nos fazem alcançar as coisas mais altas da nossa vida, a nossa fé, o nosso Deus, a manutenção das nossa alegria e vibração por ser brasileiro, por pertencer a este povo bonito, alegre, fervoroso, que ama festas e que sabe que mora numa grande casa de irmãos, numa grande família – a nação brasileira.
Que o Cristo Redentor continue a nos abençoar e a nos acolher de braços abertos sempre!
Eduardo Moreira Guimarães
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