O governador do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deve sancionar nessa semana uma lei que prevê a contratação de 600 professores para ministrarem aulas de Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado. Lendo e vendo noticiários nestes dias, tive contato com várias opiniões. Vou contribuir com a minha.
Penso que estamos num país de origem cristã-católica. Lembrar os brasileiros disso não é simplesmente defender uma posição religiosa, mas é recuperar na memória de cada um algumas coisas que estão ficando cada vez mais esquecidas. Portanto, se nascemos num país de originalmente cristão, por que lutar contra o Ensino Religioso nas escolas?
Segundo. Nesta sociedade moderna em que vivemos, é preciso refletir se, de fato, apenas o português e a matemática são necessários para uma boa formação. Nos últimos anos temos convivido com algumas situações inéditas e, pode ser, que com um ensino religioso – que supõe ensino de valores, de fraternidade, justiça, paz, bem comum, fé, respeito – possamos criar mais consciência do nosso papel na sociedade. Parece que quanto mais nos preocupamos apenas com uma carga horária que nos dê apenas habilidades profissionais - que visam alguns interesses econômicos, políticos etc - estaremos caminhando para um fim que não pode ter volta – talvez o esquecimento completo das nossas raízes, dos valores da família, do convívio social. Não é por acaso que saímos pouco de casa, não conhecemos quem mora no nosso prédio.
Terceiro. O nosso país é laico, não professa oficialmente nenhuma fé. Isso não priva as nossas crianças, nossos filhos de optarem por esta ou aquela crença religiosa e, mais ainda, não proíbe que nas escolas sejam ensinados valores, como disse anteriormente. Se perdemos oficialmente uma expressão de fé que alimenta em nós nosso amor a Deus, ao bem, deveríamos querer buscar na sabedoria, no estudo essa expressão que nos aproxima mais de Deus e dos amigos, vizinhos, companheiros de trabalho – do contrário poderemos nos tornar insensíveis, indiferentes (o que parece já estar acontecendo), máquinas ambulantes sem nenhuma motivação afetiva que nos aproxime de nós mesmos, de Deus, dos outros e do mundo no qual vivemos. Ou seja, poderemos correr o risco de deixarmos de ser humanos... Pense nisso...
Eduardo Moreira Guimarães
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