PALESTRANTE: DOM LUIS LADARIA, SECRETARIO PARA A CONGREGAÇÃO PARA A
DOUTRINA DA FÉ
Hoje
encerrou-se o Congresso Teológico Nacional: 20 anos do Catecismo da Igreja
Católica e Ano da Fé. Dom Ladaria teve a oportunidade de fazer suas
considerações finais sobre o Congresso e perspectivas. Foi um momento
interessante. Disse, Dom Ladaria, que não usaria texto, mas apenas aquilo que
ele queria brevemente nos dizer. Foi um momento sublime. Falou-nos da fé, do
Cristo que, só Ele, dá sentido à vida.
Disse-nos.
Cristo dá sentido a tudo. Cristo dá sentido ao mundo! Tudo que é nascido de
Deus é bom, por isso, Deus, pela criação pode ser conhecido. Tudo foi criado em
Cristo, tudo por meio d’Ele. Assim, a criação não é algo diferente da salvação,
mas fomos criados para ser salvos. O mundo foi criado para ser regenerado. Na
cruz já está o cosmos. De alguma maneira o cosmos está na cruz de Cristo porque
desde sempre Jesus é fundamento de tudo.
Nesse
sentido, não existe contradição entre fé e razão porque Cristo é a razão das
coisas. É Ele quem dá sentido às coisas. A obra da salvação começa na criação
porque está em relação a Ele, a Cristo. E o homem? A antropologia recebe, no
Novo Testamento, uma concentração cristológica. Deus cria o homem. A Adão deu
uma terra virgem. Da criação imagina a encarnação, prefigura o nascimento de
Cristo que nasce de uma Virgem. Compreendemos Adão a partir de Cristo. Também
aquele ensina a compreender Esse. Quando lá abundou o pecado, em Cristo superabundou
a graça (Rm 5, 12).
Aqui
é oportuno lembrar a Gaudium et Spes 22,
quando o Concílio Ecumênico Vaticano II coloca que é Cristo que revela
plenamente o homem ao homem. Ele é o homem perfeito, aquele que em humanidade se
realiza em
plenitude. Cristo é o centro do desígnio de Deus. O que Deus
estava plasmando não era só sua obra, mas a garantia futura da encarnação.
Cristo é o homem mais verdadeiro e mais perfeito, que quis que fôssemos
chamados homens! Quem segue a Cristo se torna mais homem. Coloca-se na linha do
desígnio divino, no desejo de Deus sobre a vida e a história.
A
santidade não é simples perfeição moral. A santidade é configurar-se a Cristo.
Recriar-nos em Cristo, configurar-nos segundo Cristo. Somos chamados à
santidade, à configuração com Cristo que é uma vida de filiação e fraternidade.
Nossa fé, nossa adesão nos coloca nessa linha da história que purifica do mundo
e que tem em Cristo sua plenitude. No entanto, Cristo não é uma plenitude
qualquer, mas a plenitude do homem. Aquela que Deus havia querido desde o
início dos tempos.
Tudo
isso, dizia Dom Ladaria, para que vivamos a vida de fé com gozo, com convicção.
Vida que não nos aparta de nada, mas que nos coloca no coração dos homens e da
humanidade. Para isto, é sempre necessário buscar a fé. A fé não é algo que se
tem para sempre. A fé precisa ser buscada. Em que sentido se crê na fé? Com
maior assentimento interno ao que Deus nos propõe. Com mais perfeita
obediência. Participação nos sacramentos. Crescer pessoalmente e em comunidade. Crescer
no conhecimento e compreensão das verdades da fé. Cada um pode aumentar sua fé
pelo estudo. Estudo da Igreja.
A
Tradição professa a Igreja com a participação de todos, com o empenho de todos,
quando conhecemos melhor a fé. Ora de cada um em particular, ora com a Igreja.
Buscar a fé: atividade constante, permanente. A fé acompanha a vida. Por isso é
necessário constantemente converter-se a Cristo ressuscitado no mundo. O mundo
precisa de testemunho credível!
Assim
terminava o Congresso. Momento importante para a Igreja no Brasil. Lembro
apenas, que as sínteses aqui publicadas são minhas percepções nas palestras e
que não revelam fielmente o que o palestrante disse, afinal é resultado de
minhas conclusões. No entanto, penso que podem ajudar a compreender o que foi
esse bonito estudo sobre a fé.
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