PALESTRANTE: DR. MÁRIO DE FRANÇA MIRANDA, SJ
Para
se compreender essa palestra, tem-se que ter como fundamento a base
antropológica usada pelo autor, diz o mesmo no início. Dr. Márcio parte do
mesmo principio que Dom Ladaria, ou seja, a situação plural da sociedade hoje
marcada por um tecido cultural divergente onde a totalidade de Deus não é
atingida. Ao mesmo tempo, não se pode chegar ao Verbo de Deus sem o homem
Jesus, portanto a fé cristã deve ser compreendida na sua base antropológica e
histórica.
1) FÉ CRISTÃ HOJE - sempre a
mesma fé, mas com compreensões diferentes conforme a sua época. Hoje, diferente
das primeiras comunidades cristãs, marcadas pela maturidade da fé. No século
XX, sobretudo, uma tendência subjetiva de ver a fé.
1.1)
Fé como opção livre: o homem de fé é diferente de
muitos homens de sua natureza, porque vive de modo singular, porque obediente
pela fé. Essa obediência significa o acolhimento da revelação de Deus em Jesus Cristo, na ação
do Espírito Santo. A sociedade, nesse sentido, está carente de referências
sólidas que ajudem na identidade da pessoa.
1.2)
Ação do Espírito Santo prévia à ação da fé: importância
da palavra interna para que a palavra externa seja acolhida no coração. Toda
realização do transcendente s realiza na mediação humana e histórica. Por isso,
a fé cristã é essencialmente salvífica, afinal a ação do Espírito Santo anima a
família humana a tornar mais humana sua existência. A ação do Espírito não se
dá no vazio antropológico e histórico. Se quisermos realizar a ação do Espírito
Santo, precisamos escutar a sociedade, discernir os anseios e anunciar a
Palavra. Anunciar a partir da linguagem e das exigências desse tempo. Só então
a fé poderá ser, de fato, salvífica. “O
MODO DE AFIRMAR O QUE CREMOS É TÃO IMPORTANTE QUANTO O QUE CREMOS”.
1.3)
Fé: experiência salvífica: incorporar para nossos
contemporâneos a vivência da fé, porque o cristão é templo do Espírito Santo,
morada de Deus. “A FÉ CRISTÃ SERÁ PERTINENTE À MEDIDA QUE DER SENTIDO À VIDA DA
PESSOA”. A fé é, portanto, experiência salvífica que dá sentido à nossa própria
existência.
2) A FÉ COMO ECLESIAL –
constata-se um individualismo cultural que desvincula as pessoas da
instituição, das tradições. Grande trânsito religios, evangelização
insuficiente.
2.1) Igreja que crê: a plenitude
da fé está na Igreja. “É NO INTERIOR DA IGREJA QUE O CRISTÃO PODE DIZER COM
TODA VERDADE: EU CREIO EM DEUS”. Só há Igreja quando o Evangelho é corretamente
pregado e o sacramento retamente administrado (citando um autor). Todo
cristianismo privado é ilegítimo, porque é a Igreja que permite dizer: eu
creio, nós cremos. A sociedade hoje precisa de um testemunho credível da fé (Porta Fidei, n. 15). A Igreja tende para
a lenitude da fé.
2.2) A fé na Igreja: expressamos
nossa filial adesão à Igreja dizendo que cremos nela. “Somente um olhar da fé
pode mostrar-nos o que é o mistério da Igreja”. Um olhar a partir do mais
pequeno, mais humilde, pois esses constituem a Igreja, ou seja, “SÃO A PROVA
SEGURA DA PRESENÇA DE DEUS NA COMUNIDADE ECLESIAL”. Temos que nos convencer de que nós somos Igreja. A transformação que
esperamos nela passa pela nossa conversão! Nossa fé está desafiada pela
sociedade.
“NOSSA FÉ NA IGREJA NOS CAPACITA
A OLHÁ-LA NA VERDADE E ASSIM AMÁ-LA”.
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