"[...] mas se morre, produz muito fruto"
A Igreja está a poucos dias de celebrar a maior festa da vida cristã, a Ressurreição de Jesus. Mais uma vez, a caminhada quaresmal orienta a vida dos cristãos em vista do encontro decisivo com o Cristo Ressuscitado que dá sentido à vida e plenifica a existência humana. Assim, esse tempo especial da graça de Deus, a quaresma, motiva cada um a viver mais intensamente a própria fé e a percorrer o caminho de Jesus ainda nos dias de hoje.
Nesse sentido, é interessante a dinâmica do Evangelho desse domingo quaresmal (Jo 12, 20-33). Alguns gregos se aproximam de Filipe pedindo para 'ver Jesus'. Esse gesto não revela simplesmente uma visita, um conhecer qualquer, mas uma decisão de encontrar com Aquele que pode orientar a própria vida e fazê-la diferente. É o movimento de estar com o Mestre. No entanto, Jesus já está prestes à viver a paixão e morte de cruz. Então, começa a falar sobre esse acontecimento e sobre a glória que dele resultará.
É o amor! Dar a vida para que o mundo mesmo viva e seja salvo. É bonita a imagem usada por Jesus para falar do seu mistério, ou seja, a semente que cai na terra e morre. Sem morte não pode haver vida. Se uma semente fica na janela sobre um prato permanecerá do mesmo jeito sempre. No entanto, se é colocada na terra, vem a chuva, a brisa, o frescor da noite e madrugada e a fertiliza, ela certamente vai viver, tornar-se uma nova planta. Essa é a dimensão do amor de Deus. E deve ser a de cada um. Quantas vezes é necessário morrer para si mesmo para gerar vida para os outros. Isso em casa, na comunidade, no trabalho, no estudo. Deixar morrer vícios e desafetos interiores que apenas perpetuam algumas feridas dentro do ser humano para que a vida ressuscite.
É pelo amor que Jesus atrairá todos a si. Com a sua morte, Ele dá vida ao mundo, salva-o. A morte na cruz não é a última palavra, mas é o passo a ser dado para a glória futura, para o estar totalmente em Deus. E é Deus mesmo quem quer de todas as formas resgatar o homem e a mulher para si, porque em Jesus, como no Antigo Testamento (Jr 31, 31-34), quer fazer aliança com seu povo, quer que este povo seja Seu. O Senhor continua a fazer essa aliança com cada membro da Igreja, com cada filho.
A cada um e a todos comunitariamente cabe aprender a obediência de Jesus e sua entrega a Deus (Hb 5, 7-9). Só dessa maneira pdoeremos salvar a nós mesmos e ser causa de salvação para muitos. A fé cristã é essencialmente comunitária, por isso, o outro é importante no processo salvífico realizado por Jesus Cristo. Que nesta semana, ultima da quaresma, o Espírito do Senhor esteja sobre Seu povo e o conduza ao amor, à obediência e à entrega fiel ao projeto do Reino.
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