"SENTIR O CÉU JÁ AQUI"
Celebramos, com espírito orante e penitente, o Segundo Domingo da Quaresma. A Quaresma é o momento de aproximar-se de Deus provando sua misericórdia e amor que são infinitos para com o ser humano. Esse amor mostra-se na pessoa de Jesus Cristo que se torna presente no meio do povo e experimenta seu sofrimento. No entanto, para o Filho de Deus, a dor, o sofrimento e a morte não são a sentença final, definitiva.
Ao viver este domingo quaresmal, a Liturgia da Palavra apresenta Jesus como Aquele que prova dos sofrimentos humanos, mas que já antecipa aqui a vitória final (Mc 9, 2-10), a glória futura da qual um dia também participaremos com Ele no Pai pelo Espírito Santo.
Jesus convida três de seus discípulos, a saber: Pedro, Thiago e João para subirem ao monte com Ele. Nesse monte o Filho de Deus transfigura-se diante deles, suas roupas ficaram brancas e apareceram Moisés e Elias. A transfiguração de Jesus quer fazer com os discípulos compreendam que o Reino anunciado não é deste mundo, que a bem-aventurança, a alegria eterna existe e há a possibilidade de todo homem participar dela. Ao trazer Moisés e Elias quer recordar todo o Antigo Testamente, a lei e os profetas, indicando que tudo converge para a missão de Cristo de reconduzir todos a Deus.
Ao mesmo tempo, a transfiguração quer encorajar os discípulos. Jesus está diante da prisão, crucificação e morte na cruz. Todo esse mistério salvífico culmina na Ressurreição, na feliz razão da nossa fé, o Ressuscitado. É nesse sentido que adquire consolo e alento o sofrimento pelo qual os apóstolos iriam passar ao ver o mestre cruificado e morto injustamente e é ainda o sofrimento que aflige as pessoas de todos os tempos.
À primeira vista, o sacrifício de Abraão (Gn 22, 1-2.9-13.15-18) é escandâlo diante dos olhos humanos. No entanto, sua fé assevera que a confiança em Deus, a total fidelidade ao plano salvífico do Pai pode tocar os corações. A misericórdia de Deus é infinita. Ele conhece o coração de cada um, por ele se interessa, mas quer ver qual a amplitude dessa confiança, da fé. Assim, para entender a dinâmica de Deus, é necessário entender o próprio sofrimento, as dificuldades que se passa na vida cotidiana, porque Deus não abandona - como o fez com Abrão - mas está ao lado para salvar a humanidade inteira. Com o coração cheio do amor de Deus e da confiança e fé n'Ele podemos afirmar como São Paulo (Rm 8, 31-34): "Se Deus é por nós, quem será contra nós?".
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