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III DOMINGO DA PÁSCOA - "Por que tendes dúvida no coração?"

"NO DIA CHAMADO DO SOL, reúnem-se num mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos [...]. E reunimo-nos todos no dia do Sol porque é o primeiro da semana, aqueles em que Deus criou o mundo, e porque nesse mesmo dia Jesus Cristo nosso Salvador ressuscitou dos mortos" (São Justino). 
Todos somos convidados a encontrarmo-nos com o Senhor Jesus na Páscoa Semanal, no Domingo, que para nós, cristãos, tem um sentido todo especial. É o dia da Ressurreição de Jesus. 
Nesse dia, reunimo-nos não simplesmente para pedir "coisas" ao Senhor, mas para louvá-lo, para agradecer as maravilhas que ele realiza na vida de cada um e de cada uma. Agradecemos ao Senhor pela salvação que Ele nos oferece e que foi o fruto de sua entrega na Cruz e Ressurreição.
Pensando nisso, o Evangelho deste III Domingo da Páscoa (Lc 24, 35-48) faz um convite a todos nós
a não termos dúvida no nosso coração sobre a veracidade Ressurreição do Senhor e sua presença na comunidade dos crentes. Jesus aparece repentinamente no meio dos seus e saúda-os com a Paz. Mas todos ficam espantados e com medo e não reconhecem a Jesus. É um fantasma?
Mas o espanto dos discípulos é sanado com a proximidade de Jesus. com a oportunidade que cada um tem de tocar o Senhor e ver suas mãos chagadas e seu lado aberto. É Jesus mesmo. É o Salvador! Não confiamos e não nos entregamos a um projeto vazio, mas vivenciamos a presença real do Crucificado-Ressuscitado entre nós. 
Jesus come com os discípulos, faz refeição com eles. Tudo isso para que se vissem cumpridas as profecias do Antigo Testamento que testificam que Jesus de Nazaré é o Messias de Deus. Messias que sofre, mas sofre por amor, pela entrega, pela doação total à humanidade. Mas não permanecerá na morte. Ressuscitará no terceiro dia. E a sua ressurreição é causa de vitória sobre o mal, sobre o pecado e a morte. 
A Ressurreição de Jesus nos dá a oportunidade de sermos, também nós, ressuscitados com Ele. Por isso é anunciada a conversão dos pecados (At 3, 13s). A partir dessa atitude de humilhação diante do Senhor, a Sua misericórdia nos alcança e nos faz criaturas novas.
No entanto, mesmo o pecado não tem mais poder sobre nós, porque temos um defensor: o Justo (1Jo 2, 1-5a). Ele é a vítima de expiação dos pecados do mundo inteiro. 
Mas é preciso atitude nova: guardar os mandamentos. Pautar a vida e a história pessoal e comunitária na Lei do Senhor que nos ajuda a ser melhores, a estar mais perto de Deus. Não há espaço para a dúvida, mas para o amor, para a pertença ao Senhor que se mostra a todos nós. 
Por isso, é preciso ser testemunha de todas essas maravilhas, porque Deus as opera no "hoje" da nossa história. 


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