Estamos celebrando o mês de setembro, mês comumente dedicado ao incentivo aos fiéis para que leiam, meditem, contemplem e vivam os ensinamentos da Sagrada Escritura. Então, para nós cristãos é o momento mais propício para refletirmos sobre a vontade de Deus para nossa vida e sobre a escolha que cada um de nós faz diariamente para responder ao apelo de Deus a cada um de nós. É nesse sentido que devemos nos alegrar, devemos vibrar, por sermos católicos, por pertencermos à Igreja de Jesus Cristo porque essa Igreja, fiel aos mandamentos do Mestre, nos revela que a nossa salvação passa também pelo nosso contato com os irmãos, por tudo que fazemos a eles principalmente nos momentos de mais dificuldade, dor e sofrimento.
Essa Igreja é aquela serva fiel do Senhor que, como Maria ao visitar Isabel, ainda hoje é sensível às necessidades dos que mais sofrem. Por isso é de admirar o gesto da Igreja do Brasil quando propõe uma coleta nacional para ajudar os povos da Somália. Que coisa bonita pertencer a uma Igreja que se sente responsável em cuidar da vida das pessoas que sofrem, que morrem diariamente porque não têm o que comer. Que coisa maravilhosa! Como essa Igreja entendeu a Palavra de Deus que pede para que alimentemos os famintos, vistamos os que estão nus, visitemos os que estão presos, amemos e acolhamos os que são rejeitados pela sociedade.
Nesse sentido, quantas e quantas paróquias, nesse final de semana, uniram-se numa grande corrente de solidariedade para ajudar aqueles que nem conhecemos, que não sabemos de sua existência, de sua história, de suas alegrias, de seus desafios. No entanto, nos sentimos responsáveis porque, como nós, são filhos de Deus, parte da mesma família. São amados de Deus como nós que estamos aqui no Brasil, em nossas dioceses e paróquias.
É do conhecimento de todos que a Somália vive uma conturbada e terrível guerra civil e que seu povo não tem alimento suficiente para sobreviver. É sabido de todos também que a seca atingiu aquele país e está dizimando a sua população, de forma mais assustadora as crianças que morrem todos os dias por falta do que comer. Além disso, a Somália vive um momento político difícil, exigente, que impediu a ajuda humanitária de outros países. Somente agora houve essa possibilidade de entrar no país o auxílio dos países do Ocidente.
Com tudo isso, com a dor e o sofrimento dos nossos irmãos, fomos convocados pela nossa Igreja a nos sensibilizarmos com aquele povo que tanto sofre. Parabéns Igreja Católica presente no Brasil que tanto tem se empenhado em salvar vidas, nesse caso, com a ajuda da Cáritas Internacional. Parabéns ainda a tantos homens e mulheres de boa vontade que trabalham diariamente para ter o ‘pão de cada dia’, mas que sabem da necessidade dos outros irmãos e, por isso, sentem-se responsáveis pela vida que precisa ser poupada, ser salva.
Com certeza, neste mês da Bíblia, em que a liturgia tem nos falado tanto da responsabilidade e do sentimento de misericórdia e de amor para com nossos irmãos, a Igreja no Brasil, movida pela Conferência Nacional dos Bispos, toma essa bela iniciativa de levar Jesus ao povo somaliano através do pão que mata a fome e da caridade que salva a alma. Certamente o Senhor Jesus muito se alegra com essa postura da sua Igreja aqui na terra porque foi ele mesmo quem nos deixou o maior mandamento da nossa vida cristã: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo”.
Que esse gesto de solidariedade se repita muitas e muitas vezes em nossa vida de cristãos comprometidos com a construção do Reino de Deus que começa no hoje da nossa história, em meio às nossas alegrias e frustrações, mas, sobretudo, na vontade firme de sempre ser sinal da bondade de Deus em nosso meio.
Eduardo Moreira Guimarães
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